O Galaxy J7 Prime e o Moto G5 Plus não são “intermediários premium” como resolvemos classificar a categoria dos Galaxy A5/A7 e Moto Z Play, mas eles estão um pouco acima dos intermediários básicos que estavam disponíveis no mercado até agora. Esses novos aparelhos evoluíram um pouco em seu hardware, especialmente no armazenamento. Mas o que mais chama a atenção do consumidor comum é a construção metálica de alta qualidade.
Smartphones mais básicos até poucos meses simplesmente não tinham carcaças metálicas ou leitores de impressões digitais, mas a Samsung e a Motorola estão levando esse segmento para frente com seus novos produtos. Por isso, eu fiz esse comparativo entre o J7 Prime e o Moto G5 Plus.
Mais ágil
Quem procura o melhor desempenho certamente vai gravitar em torno no G5 Plus. O celular da Motorola superou o da Samsung em todos os testes de benchmark que o TecMundo faz para analisar smartphones. A diferença de pontuação não é nada absurda, mas fica evidente que, mesmo com 1 GB a mais de RAM, o J7 Prime não consegue superar o novo Moto G. Isso se reflete no uso cotidiano, e é possível notar claramente qual telefone é mais ágil para executar tarefas complexas ou simples.
Isso pode ser fruto da interface mais leve da Motorola ou ainda resultado de alguma otimização da empresa nesse dispositivo específico. Contudo, o mais provável é que o chip Snapdragon 625 seja o responsável por essa diferença, já que o Exynos 7870 da Samsung é um tanto inferior.
De qualquer maneira, os dois aparelhos conseguem dar conta de tarefas simples, como aplicações de redes sociais e mensageiros. Contudo, navegar na web e jogar games mais pesados é uma atividade bem mais agradável no Moto G5 Plus.
Qual é mais bonito?
Essa é uma pergunta difícil. Em minha opinião, o celular da Samsung tem um estilo mais bonito e requintado, ao passo que o Moto G5 Plus é mais chamativo e cheio de linhas na sua carcaça. O J7 Prime também passa uma sensação de mais rigidez quando você o segura. A impressão que dá é que o dispositivo da coreana sobreviveria melhor a uma queda, mas eu não vou jogar nenhum dos dois no chão para descobrir qual fica mais inteiro. Portanto, essa é apenas uma suposição de quem pegou os dois aparelhos nas mãos.
Outro detalhe que me faz preferir o design da Samsung é a coerência visual da carcaça. Não há muitos elementos chamativos pipocando para todo lado, como é o caso da câmera protuberante do Moto G5 Plus que além de incomodar, compromete o design do smartphone. Eu não acho o aparelho da Motorola feio, mas tenho certeza que ele poderia ser mais refinado, não fosse esse “olhão preto” na parte de trás.
Mas como gosto é uma questão muito relativa, e cada usuário tem suas preferências, eu gostaria de convidar você a dar sua opinião sobre o design dos dois dispositivos nos comentários. Mas vamos ser sinceros e deixar o fanboyzismo de lado, por favor =].
Sem muita diferença no display
A Samsung costuma entregar boas telas em praticamente qualquer categoria de smartphone, mas, no caso do J7 Prime, a companhia resolveu economizar. Por isso, em vez do Super AMOLED que havia no J7 original, ela optou pelo “PLS TFT”, que consegue bons níveis de brilho, mas está longe de alcançar a qualidade da tela do modelo anterior.
Falando nisso, na nossa unidade de testes, havia um grande vazamento de luz na parte superior do display. Isso, combinado às cores meio lavadas dessa tela, a torna bem básica, tal como a IPS TFT do Moto G5 Plus. Ou seja, nenhum dos dois tem um visor de qualidade, o que não é surpresa na faixa dos mil reais.
Ainda assim, o dispositivo da coreana é mais interessante para ser utilizado sob o sol forte, em ambientes externos.
A melhor interface
A Motorola regrediu um pouco o estilo do seu software
Eu preciso confessar que estou um tanto decepcionado com o que a Motorola fez com a interface dos Moto G5 e G5 Plus. A empresa mexeu no launcher original do Android e colocou uma gaveta de aplicativos com um fundo transparente meio escuro, em contraste com o banco do Android original. Na minha opinião, a Motorola regrediu um pouco o estilo do seu software com isso, fazendo com que a interface ficasse um tanto parecida com o que já vimos no Android Jelly Bean. Ou seja, nada muito legal. Felizmente, ela conservou praticamente todo o resto do visual do Nougat que vem no seu smartphone.
Em comparação com a TouchWiz do J7 Prime, o Moto G5 Plus tem uma interface muito bonita e elegante. Isso porque o visual que temos aqui é aquele antigo da Samsung, nada parecido com o do software do Galaxy S8 que a empresa lançou recentemente. Não é aquela coisa completamente sem coesão que já vimos no passado, mas os brilhos e movimentos meio datados ainda estão presentes. Fora isso, esse smartphone ainda está no Marshmallow, e não há expectativas para uma atualização. Por conta de tudo isso, eu dou o ponto desse tópico para o modelo da Motorola.
Para fotografar
Olhando apenas a quantidade de megapixels de cada câmera, você talvez acharia que o J7 Prime faz fotos melhores. Contudo, a situação é bem outra. O aparelho da Motorola é quem faz as capturas mais belas, uma vez que dispõe de uma abertura maior e registra mais detalhes, dada a maior quantidade de luz que entra em contato com o sensor.
Em contrapartida, as fotos do Galaxy J7 Prime mostram na maior parte do tempo um aspecto fosco e esbranquiçado, sem representar muito bem as cores. O foco também é inferior, sendo que as imagens do G5 são um tanto mais nítidas. Mas o celular da Samsung tem um trunfo: uma câmera frontal é melhor que a do Moto G5 e que tem flash LED frontal. Esse recurso foi herdado do Galaxy J7 comum. Dessa maneira, as selfies noturnas se tornam bem mais interessantes, mas é bom usar a ferramenta com moderação.
Fotos feitas com o Galaxy J7 Prime
Fotos feitas com o Moto G5 Plus
Longe das tomadas
Outro aspecto que me surpreendeu nesse comparativo foi a autonomia de bateira. Os smartphones da Samsung normalmente superam os da Motorola nesse ponto, mas parece que o J7 prime não conta com uma boa otimização. No nosso teste de execução contínua de vídeo no YouTube, constatamos que o J7 Prime consegue durar 5 horas e 55 minutos executando um clipe com WiFi ligado e brilho da tela no máximo. Do outro lado da moeda, temos o G5 Plus com cerca de 9 horas nas mesmas condições.
Esse nosso teste de bateria é uma estimativa feita a partir de uma amostra de vídeo de uma hora. Nós verificamos o quanto o aparelho gasta de energia nesse período e fazemos a conta extrapolando o valor final. Ao todo, três medições são feitas para avaliar o desenvolver do consumo ao longo do tempo.
O que mais?
Os dois dispositivos contam com leitor de digitais na parte frontal, embutidos no botão home. Contudo, o do J7 Prime tem um desempenho muito inferior. Ele é ruim para qualquer categoria de smartphone que possua um leitor biométrico. Em minha experiência pessoal com ele, o sensor mais errava que acertava. Muitas vezes, a tela do aparelho ficou travada porque eu excedia o número máximo de tentativas. Eventualmente, parei de usar o leitor e voltei para o bom e velho PIN.
A história é completamente diferente com o Moto G5 Plus. O sensor não apenas é rápido e preciso, como também interpreta gestos. Eliminando os botões de navegação do Android da tela, você consegue controlar os comandos “home”, “voltar” e “recentes” arrastando o dedo sobre o leitor — confira nossa análise completa para entender melhor isso. O caso é que o sensor biométrico é multifuncional e ainda consegue garantir mais espaço no display do aparelho.
Caso você se importe com TV digital, o Moto G5 também leva vantagem nesse aspecto. Ele tem o recurso, mas sua antena é um pouco desajeitada. Os dois smartphones possuem 32 GB de armazenamento, são dual-SIM e permitem expandir a memória com cartões micro SD. O smartphone da Motorola no Brasil vem com 2 GB de RAM, enquanto o da Samsung tem 3 GB.
Preço
Esses dois celulares estão flutuando na mesma faixa de preço, sendo possível encontrar qualquer um deles por algo entre R$ 1,1 mil e R$ 1,2 mil. Contudo, o aparelho da Motorola tende a ser mais caro em algumas lojas por ainda ser um lançamento, enquanto o da coreana já está estabilizado nessa faixa há algum tempo. Ainda assim, como o varejo online brasileiro é muito volátil, é possível que a situação se inverta a qualquer momento.
Snapdragon 625 já provou que consegue oferecer um bom desempenho para praticamente todo tipo de tarefa ao passo que não gasta tanta bateria
Mesmo que isso não aconteça, eu continuo achando que o G5 Plus é a melhor escolha, apesar de ele ter 1 GB de RAM a menos. Isso porque o processador Snapdragon 625 já provou que consegue oferecer um bom desempenho para praticamente todo tipo de tarefa ao passo que não gasta tanta bateria. Em contrapartida, o chipset do J7 é uma versão “requentada” do modelo anterior, o qual já não era o melhor da categoria no início do ano passado.
Fora a questão do desempenho e da autonomia de bateira, o celular da Samsung tem um leitor de digitais inferior, que inclusive me deixou irritado muitas vezes. Se você não quer passar por isso, é melhor deixar o J7 Prime de lado e apostar no Moto G5 Plus. Mas, se você não está pronto para sair dos domínios da Samsung, considere o Galaxy A5 (2016) ou mesmo o A5 (2017), que são excelentes aparelhos.
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Se você concorda ou discorda das minhas opiniões sobre esses dois dispositivos, sinta-se convidado a debater com os demais leitores na seção de comentários. Caso tenha ficado interessado em algum dos aparelhos citados, dê uma conferida nas opções de compra abaixo.
- Galaxy J7 Prime na Kabum; Galaxy J7 Prime no Pontofrio; Galaxy J7 Prime nas Casas Bahia
- Moto G G5 Plus no Pontofrio; Moto G G5 Plus no Extra; Moto G5 Plus na Kabum
- Galaxy A5 2017 nas Casas Bahia; Galaxy A5 2017 na Kabum; Galaxy A5 2017 na Magazine Luiza
- Moto Z Play no Pontofrio; Moto Z Play na Magazine Luiza, Moto Z Play no Carrefour