Tão distante que nem mesmo os cientistas, até o momento, conseguem contabilizar a sua em quilômetros ou anos-luz, a Nuvem de Oort é uma região distante que fica quase no ‘fim’ do Sistema Solar. Em uma publicação oficial, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos EUA (NASA) explica que a nuvem está localizada entre 2 mil e 100 mil Unidades Astronômicas (UA) do Sol.
Cada UA corresponde a aproximadamente 150 milhões de quilômetros; essa medida é baseada na distância entre a Terra e o Sol. Enquanto a borda interna da Nuvem de Oort pode estar entre 2 mil e 5 mil UA, a borda externa pode alcançar até 100 mil UA a partir do centro do Sistema Solar.
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A tecnologia atual ainda não permite enviar astronautas até a Nuvem de Oort. Por exemplo, se a sonda Voyager 1 da NASA continuasse em sua velocidade atual, levaria cerca de 300 anos para chegar lá. Mesmo viajando na velocidade da luz, demoraríamos aproximadamente 28 dias para alcançar a borda interna da região e até um ano e meio para atingir a borda externa.
A existência da Nuvem de Oort foi proposta pelo astrônomo e astrofísico holandês Jan Oort para explicar a origem dos cometas de longo período e por que eles parecem vir de todas as direções do cosmos. O cientista estava correto, pois essa região pode abrigar a maioria dos cometas mais antigos, como o Siding Spring (C/2013 A1).
“Os cientistas acreditam que a Nuvem de Oort é uma concha esférica gigante que envolve nosso Sistema Solar. É como uma grande bolha de paredes grossas feita de pedaços gelados de detritos espaciais do tamanho de montanhas e, às vezes, maiores. A Nuvem de Oort pode conter bilhões, ou até trilhões, de objetos”, a NASA explica.
Nuvem de Oort: nas fronteiras do Sistema Solar
Além de abrigar a maioria dos cometas de longo período, que parecem surgir de qualquer direção, os cientistas sugerem que a Nuvem de Oort contém bilhões de outros objetos. Com base nos dados coletados, os pesquisadores indicam que essa região é composta por corpos gelados semelhantes a cometas, alguns tão grandes quanto montanhas.
De qualquer forma, como os cientistas ainda não conseguiram observar diretamente a Nuvem de Oort, eles não podem confirmar que os cometas de longo período realmente vêm dessa região.
A ilustração mostra como pode ser a aparência da Nuvem de Oort.Fonte: NASA
Por exemplo, acredita-se que o cometa Siding Spring possa ter se originado lá, já que ele só retornará à parte interna do Sistema Solar em mais de 700 mil anos. Contudo, não é possível confirmar essa teoria, justamente porque a Nuvem de Oort está distante demais para alcançarmos.
A NASA explica que a Nuvem de Oort se formou após a criação dos planetas, há cerca de 4,6 bilhões de anos, quando o Sistema Solar ainda abrigava planetesimais — pequenos corpos rochosos que surgiram com os planetas. Os cientistas acreditam que a gravidade desses grandes objetos celestes empurrou os planetesimais gelados para as fronteiras do sistema, dando origem à Nuvem de Oort.
Os corpos gelados da Nuvem de Oort podem viajar em qualquer direção, diferentemente de outros objetos próximos aos planetas e até do próprio Sol.
Conceito artístico da borda interna da Nuvem de Oort.Fonte: NASA
Os astrônomos sugerem que o cometa Siding Spring seja um desses objetos gelados, que passou próximo a Marte e não retornará por 740 mil anos. Esses cometas, aliás, nunca foram vistos na nuvem si.
“Embora distante demais para ser observada diretamente, acredita-se que a Nuvem de Oort seja a origem da maioria dos cometas de longo período historicamente observados — aqueles que levam mais de 200 anos (e geralmente muito mais) para orbitar o Sol. (A maioria dos cometas de curto período, que leva menos tempo para completar uma órbita, vem de outra fonte, o cinturão de Kuiper.)”, a enciclopédia Britannica descreve.
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