Considerados uma espécie diferente, os Neandertais são os parentes mais próximos, na escala evolutiva dos seres humanos. No entanto, há pesquisadores que discutem se de fato eles são uma espécie diferente, uma subespécie ou uma variação do Homo sapiens.
Entenda o motivo para essa discussão e se essa "reclassificação" afetaria o modo como compreendemos a evolução humana.
O que é uma espécie?
O conceito de espécie não é algo simples, existem diversas variações sobre o que se acredita ser uma espécie e sobre como podemos classificar a vida em relação a esse paradigma. Mas há o consenso de que uma espécie biológica pode ser definida como um conjunto seres que são reprodutivamente isolados e produzem proles viáveis para continuidade da espécie.
Os primeiros vestígios de Neandertais foram encontrados no ano de 1800.Fonte: Getty Images
Entretanto, quando falamos em nossos parentes evolutivos, algumas lacunas ficam em aberto. Por exemplo, há vestígios de que em algum momento, Neandertais e sapiens cruzaram sua genética e produziram descendentes.
Além disso, vestígios encontrados em sítios arqueológicos indicam que o Homem de Neandertal possuía rituais muito próximos aos do Homo sapiens, como pintura, sepultamento e inteligência comparável ao seu parente posterior.
A principal peça para diferenciação entre as espécies tem sido as diferenças na estrutura óssea desses sujeitos. Do ponto de vista genético, somos ainda muito similares aos nossos ancestrais.
As estruturas ósseas têm sido fonte de evidência para diferenciação das espécies hominídeas.Fonte: Getty Images
Devido a esses fatores, cientistas tem levantado a pauta de que os homens de Neandertal são, na verdade, uma variação do sapiens ao invés de ser outra espécie.
A evolução das espécies
No geral, compreender em qual lugar na evolução humana os neandertais se encaixam não tratará apenas de localização temporal e estudo cultural da evolução da espécie.
O estudo para modificação ou continuidade da classificação desses hominídeos também estimula a ciência a tornar mais claros quais são os pilares para definição do que é uma espécie.
Sabe-se que o isolamento reprodutivo é algo constantemente rompido na natureza, e que em alguns casos, apesar das diferenças genéticas, algumas proles são capazes de se reproduzir.
Os famosos Ligres, resultantes do cruzamento entre leões e tigres, é um exemplo dessa ocorrência.Fonte: Getty Images
Portanto, essa discussão merece um trabalho multidisciplinar discutindo não apenas conceitos morfológicos e genéticos, mas também antropológicos.
Para que a ciência possa avançar e nosso caminho evolutivo possa ganhar novas nuances, completando lacunas e fortalecendo o conhecimento, esses encontros e debates devem acontecer.
Se você gosta de estudar sobre ciência e evolução humana, continue acompanhado o TecMundo e aproveite para descobrir o porquê, se os povos antigos enxergavam a cor azul.