Centauros são objetos celestes intermediários entre asteroides e cometas. Um desses corpos rochosos gelados, catalogado como planeta menor 2060 Quíron, viaja em uma órbita irregular em torno do Sol, e tem intrigado os astrônomos. Isso porque um possível disco de poeira em volta dele está se transformando e mudando de forma com o passar do tempo.
Quíron só foi descoberto em 2011, ao passar na frente de uma estrela fraca, sob o ponto de vista de um observatório terrestres. Conhecido como “ocultação estelar”, o fenômeno permite que a forma e o tamanho do objeto ocultador possam ser determinados por dedução. Nessa passagem inaugural, os astrônomos contaram duas ocultações rápidas antes de Quíron passar, e mais duas depois, denotando um anel duplo de poeira.
Para observar uma segunda ocultação de estrela pelo centauro em 2018, a cientista sênior do Instituto de Ciências Planetárias em Tucson nos EUA, Amanda Sickafoose, foi até o Observatório Astronômico Sul-Africano em Sutherland na África do Sul. Os resultados, publicados recentemente, foram diferentes da observação anterior, sugerindo que o material circundante não é um sistema estável de anéis, e está evoluindo misteriosamente.
O que os astrônomos observaram nos anéis de Quíron em 2018?
Impressão artística dos anéis circundantes do centauro.Fonte: ESO
Publicado na revista The Planetary Science Journal, o artigo revela um aspecto ligeiramente diferente do que foi registrado em 2011.
Observando uma estrela passar atrás do centauro Quíron com um telescópio de 1,9 m, diz Sickafoose em um comunicado, "detectamos quedas na luz estelar quando ela foi bloqueada pelo núcleo de Quíron, bem como por material localizado entre 300 a 400 quilômetros de cada lado".
Em números absolutos, a equipe observou quedas na luz estelar produzidas por suposto material poeirento em raios de 352, 344 e 316 quilômetros, o que está entre 100 e 130 quilômetros acima da superfície do objeto.
Conclusões sobre os anéis de Quíron
Caminho da sombra previsto para a ocultação de Quíron em 28 de novembro de 2018.Fonte: Sickafoose
Se, antes de Quíron, pouco se sabia sobre a origem e a formação de anéis em torno de pequenos corpos celestes, agora o assunto se tornou definitivamente confuso. Tudo indica que o material em órbita do centauro deve se dispersar de forma relativamente rápida, sem um mecanismo de confinamento ou reposição.
Aliás, se Quíron tivesse um sistema estável de anéis, seria um dos poucos objetos com essa característica no espaço. Para não sair do ineditismo, o planeta menor provavelmente é o único objeto observado da história a possuir material circundante capaz de simular a existência de anéis, mas com quantidades variáveis em um curto período de tempo.
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Uma ocultação ainda mais recente de Quíron, ocorrida em 15 de dezembro de 2022, foi registrada no Observatório Astronômico Kottamia, no Egito, por astrônomos espanhóis. Eles descobriram três estruturas simétrica em cada lado do centauro. Formando um disco largo de 580 quilômetros de diâmetro, duas delas são estreita e uma é larga.
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