Recentemente, um grupo de cientistas da Universidade de Nova York em Abu Dhabi (NYUAD), nos Emirados Árabes Unidos, utilizou imagens de uma sonda marciana para criar um tipo de ‘mapa mundi’ do planeta vermelho.
Para os pesquisadores, um mapa do corpo celeste pode ser de extrema importância para auxiliar astronautas nas próximas missões, investigações, extrações de recursos, entre outras atividades que já estão sendo planejadas.
Nomeado de Mars Atlas (Atlas de Marte em português), os cientistas utilizaram dados coletados pela sonda Hope, enviada em uma missão dos Emirados Árabes Unidos em julho de 2020 — apesar disso, ela só chegou a órbita do astro vermelho em fevereiro de 2021. No total, foram utilizadas quase três mil fotos de alta resolução da superfície de Marte, capturadas pelo orbitador Emirates Exploration Imager (EXI); trata-se de um dos instrumentos mais importantes da Hope.
De acordo com um comunicado da NYUAD, o objetivo do mapa também é auxiliar os pesquisadores a determinar quais são as áreas mais adequadas para assentamentos de humanos, em relação ao clima, aos recursos e a geografia do local.
O 'mapa mundi' de Marte (imagem) foi desenvolvido a partir de diversas imagens da superfície do planeta.Fonte: NYUAD
"Se você olhar para a história de Marte, muitas sondas simplesmente se chocaram. Se uma sonda se choca, é uma grande perda de ciência e recursos. Mas quando você está enviando humanos, precisa ser muito cuidadoso. Pode parecer bobo, mas talvez no futuro seja muito comum as pessoas irem para Marte e até mesmo viverem lá", disse o chefe do grupo de pesquisa sobre Marte na NYUAD, Dimitra Atri.
‘Mapa mundi’ de Marte
É importante destacar que não é o primeiro time de cientistas, e provavelmente não será o último, que desenvolve um mapa do planeta vermelho. Por exemplo, no início de 2023, uma equipe de pesquisadores da California Institute of Technology (Caltech) desenvolveram um mapa a partir de 110 mil fotos capturadas pelos instrumentos da sonda norte-americana Mars Reconnaissance Orbiter (MRO).
O primeiro 'atlas' do astro foi desenhado pelo astrônomos Wilhelm Beer e Johann von Mädler em meados de 1840; alguns anos mais tarde, o astrônomo Giovanni Schiaparelli desenvolveu outra representação geográfica com detalhes dos supostos 'canais' de Marte. Apenas por volta de 1960, os cientistas da NASA começaram a receber imagens e dados que apresentavam as verdadeiras características do corpo celeste marciano.
“[O mapa da NYUAD foi] criado a partir de dados mais recentes do que alguns dos mapas globais anteriores [e fornece uma] perspectiva adicional de como Marte se parece. Essa perspectiva pode ser muito útil para pesquisadores que desejam observar nuvens ou atividade de tempestades de poeira em uma escala planetária”, disse um representante do projeto JMARS, Scott Dickenshied, em e-mail enviado à CNN.
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