Pesquisadores da Universidade de Chicago conseguiram, pela primeira vez, produzir um agrupamento de moléculas em condições ultrafrias que corresponde à teoria da superquímica quântica. A pesquisa foi publicada na revista Nature Physics. O mundo quântico é um universo completo e ainda pouco conhecido. No reino das miniaturas, as leis físico-químicas que regem nosso mundo macro, muitas vezes não tem validade.
Boas teorias são desenvolvidas sobre como as coisas se ordenam e interagem na escala quântica, porém, apesar de robustas, não podem ser comprovadas pela limitação da tecnologia e métodos de verificação. Há algum tempo, físico desenvolveram uma teoria sobre o comportamento e interações entre moléculas em condições ultrafrias.
A quântica se refere ao campo de estudo das interações que ocorrem em escalas subatômicas.Fonte: Getty Images
No mundo macro, quando moléculas e partículas são colocadas em condições de frio extremo, elas tendem a diminuir sua energia, parando sua movimentação. Já no universo quântico esse efeito ganha uma pitada de complexidade. Na teoria da superquímica quântica, as moléculas teriam uma tendência a se unir, formando aglomerados quânticos.
Dentro dessa formação os elementos não reagem individualmente, mas sim como se fossem uma única molécula. Com mais material disponível para reações, as interações também ocorreriam em velocidades muito superiores. Parece simples criar e visualizar esse fenômeno, mas não é!
O aglomerado potencializa as reações.Fonte: Getty Images
Para se obter esse efeito, muitas leis clássicas da física e da química são desafiadas. Por exemplo, para que todas as moléculas possam se unir, todos os elétrons devem estar no mesmo estado de energia.
Entre palavras como "degenerescência" que refere a este estado quântico compartilhado entre todos os elétrons, os pesquisadores da Universidade de Chicago conseguiram pela primeira vez, produzir o efeito em laboratório.
Os pesquisadores conseguiram "montar" moléculas simples com dois átomos.Fonte: Getty Images
Utilizando uma armadilha óptica e gases ultrafrios, os pesquisadores conseguiram induzir a formação, visualizar e medir a velocidade de reação em glomerados simples, com moléculas de átomos. As formações se mantiveram por milissegundos, decaindo após a liberação da armadilha. Mesmo curto, foi tempo suficiente para uma nova esperança.
Os pesquisadores alertam para a necessidade de mais testes que resultem em formações robustas e duradouras, assim como a importância de revisão por pares, ou seja, que outros cientistas sejam capazes de chegar aos mesmos resultados, aplicando a mesma técnica.
A viabilidade de uma superquímica quântica abre novo campo de estudo, oportunidade de aprimoramento de computadores quânticos e de outras tecnologias, inclusive na área da saúde.
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