Após aproximadamente 15 anos de estudos, pela primeira vez, uma equipe internacional de cientistas conseguiu detectar sinais de ondas gravitacionais de baixa frequência. No início desta semana, o observatório North American Nanohertz Observatory for Gravitational Waves (NANOGrav) já havia antecipado que realizaria um evento nesta quinta-feira (29), a fim de divulgar uma grande novidade na área de ondas gravitacionais.
De acordo com a cientista associada do Centro de Astrofísica Computacional (CCA) do Instituto Flatiron (Estados Unidos) e do NANOGrav, Chiara Mingarelli, é a primeira vez que a humanidade consegue detectar o fundo de onda gravitacional, composto por ondas de frequência ultrabaixa. Por isso, ela acredita que os resultados abrem a possibilidade para uma melhor observação do universo.
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Os astrônomos utilizaram dados de seis radiotelescópios, considerados os mais sensíveis do mundo, para detectar os sinais; um deles foi o Telescópio Lovell no Observatório Jodrell Bank da Universidade de Manchester, no Reino Unido. Segundo o comunicado, as ondas gravitacionais de baixa frequência descobertas são as mais poderosas já detectadas, cerca de um milhão de vezes mais poderosas que explosões pontuais de ondas causadas por buracos negros e fusões de estrelas de nêutrons.
A ilustração acima apresenta ondas gravitacionais causadas por um par de buracos negros; nesta quinta-feira (29), ás 14h (horário de Brasília), a NANOGrav divulgará mais detalhes sobre as descobertas.Fonte: Aurore Simonnet/NANOGrav Collaboration/EurekaAlert
“Os resultados apresentados hoje marcam o início de uma nova jornada no universo para desvendar alguns de seus mistérios não resolvidos. Estamos incrivelmente entusiasmados porque, após décadas de trabalho de centenas de astrônomos e físicos em todo o mundo, finalmente estamos vendo a assinatura de ondas gravitacionais do universo distante”, disse o professor do centro de astrofísica da Universidade de Manchester, Michael Keith.
Ondas gravitacionais de baixa frequência
As ondas gravitacionais são ondulações no espaço-tempo produzidas por eventos catastróficos que ocorrem no espaço, como explosões e colisões de estrelas e buracos negros. O físico Albert Einstein previu as ondas gravitacionais em sua publicação mais famosa, a Teoria da Relatividade Geral; a primeira detecção direta das ondas foi realizada por uma equipe do observatório Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory (LIGO), em 2016.
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Mingarelli também diz que a descoberta é como um "coro, com pares de buracos negros supermassivos tocando em diferentes frequências”. Ela explica que o NANOGrav detectou apenas o fundo geral de onda gravitacional, e não as frequências individuais deste "coro" de buracos negros.
As descobertas foram publicadas na revista científica The Astrophysical Journal Letters, e a equipe de cientistas afirma que os dados ajudarão a entender diferentes mistérios do nosso universo, como sobre o destino dos buracos negros supermassivos ou a frequência em fusões de galáxias.