Nos últimos meses, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) vem presenteando a humanidade com diversas imagens do espaço, incluindo da nebulosa Carina, do Quinteto de Stephan, de Júpiter, entre outras áreas do espaço. Agora, o JWST capturou uma foto do primeiro cinturão de asteroides encontrado fora do nosso sistema solar, na constelação de Piscis Austrinus, a cerca de 25 anos-luz de distância da Terra.
O sistema infravermelho do JWST foi utilizado para capturar dados do sistema de anéis de poeira em torno da jovem estrela Fomalhaut, constituída por três cinturões de asteroides que se estendem por cerca de 23 bilhões de quilômetros. Originalmente, a estrela foi descoberta por meio do observatório espacial Infrared Astronomical Satellite (IRAS) em 1983, mas já foi observada por diversos outros instrumentos.
Em um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Arizona e publicado na revista científica Nature Astronomy, os cientistas descrevem que os cinturões de poeira são formados por detritos de colisões de corpos celestes maiores, como cometas e asteroides; dois desses discos não haviam sido observados até o momento.
"Acho que não é um salto muito grande dizer que provavelmente existe um sistema planetário realmente interessante em torno da estrela”, disse o co-autor do estudo e professor de astronomia, George Rieke.
A escala do cinturão externo de Fomalhaut (imagem) é duas vezes maior que a escala do Cinturão de Kuiper, que está localizado no nosso sistema solar.Fonte: NASA
Planetas invisíveis de Fomalhaut
O Telescópio Espacial Hubble já havia fotografou o cinturão externo da Fomalhaut, contudo, nenhum dos equipamentos conseguiu detalhes sobre a estrutura interna do cinturão. Na época, uma das características da estrela indicava a presença de protoplanetas em formação, algo que também foi sugerido no novo estudo.
O estudo pode ajudar a entender mais como a formação de um disco é responsável pelo nascimento de planetas — fenômeno chamado de disco protoplanetário. De qualquer forma, os cientistas continuarão estudando a descoberta para entender mais sobre a complexidade do sistema planetário da estrela Fomahault.
“Eu descreveria Fomalhaut como o arquétipo dos discos de detritos encontrados em outras partes da nossa galáxia, porque tem componentes semelhantes aos que temos em nosso próprio sistema planetário. Observando os padrões desses anéis, podemos realmente começar a fazer um pequeno esboço de como um sistema planetário deveria ser – se pudéssemos realmente tirar uma foto profunda o suficiente para ver os planetas suspeitos”, disse o principal autor do estudo e professor assistente de astronomia na Universidade do Arizona, András Gáspár.
A descoberta dos dois anéis sugere que o sistema estelar deve contar com alguns planetas escondidos, que estão afetando a forma do cinturão em torno da estrela Fomalhaut. Em resumo, os cientistas acreditam que os cinturões foram formados por detritos de asteroides tiveram influência gravitacional desses planetas 'invisíveis'.
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