Em novo artigo publicado na revista The Lancet Neurology, pesquisadores descrevem um novo teste de biomarcador para o diagnóstico de Parkinson, mesmo antes dos primeiros sinais motores. Em alguns casos, o teste tem aproximadamente 90% de acurácia.
O desenvolvimento de novos testes a fim de um diagnóstico precoce em doenças neurológicas, tem ganhado novos aliados com o passar dos anos.
Nos casos mais complexos, como ocorre com Parkinson, o diagnóstico pode ser tardio, sendo obtido somente após o paciente apresentar sinais característicos, como: tremor, desequilíbrio e movimentos involuntários.
O diagnóstico é mais comum após os 60 anos, mas há casos de acometimento em jovens.Fonte: Getty Images
Não há cura para a doença, no entanto, quando diagnosticada precocemente, existem tratamentos capazes de desacelerar o processo degenerativo, aumento da longevidade, e manutenção da qualidade de vida.
Portanto, a corrida dos pesquisadores tem sido o desenvolvimento de métodos capazes de realizar o diagnóstico quanto antes.
O que é o novo teste?
O novo teste foi desenvolvido em um estudo que contou com uma amostra de 1123 participantes.
Os convidados foram divididos em categorias que variavam desde a apresentação total dos sintomas, até aqueles que ainda não apresentavam sinais motores da doença.
Havia também um grupo sem a doença, que serviu como controle para o estudo.
Os sinais e sintomas podem interferir no caminhar, fala, equilíbrio e cognição.Fonte: Getty Images
Realizando a coleta de líquido cefalorraquidiano (LCR), os cientistas utilizaram o método de semeadura, o denominando de SAA (alpha-synuclein seed amplification assay).
Observando os níveis da proteína Alfa-sinucleína no LCR, eles conseguiram traçar uma boa relação entre a quantidade de proteínas presentes e a potencialidade para o desenvolvimento de Parkinson.
Em casos onde a doença ainda não havia manifestado sinais clínicos, o teste pôde detectar com uma precisão de 88%. Houve taxa de sucesso menor, quando os pacientes já apresentavam sinais motores.
Atualmente, o diagnóstico é clínico e realizado com auxílio da análise de exames de imagem.
Mas sendo uma doença neurodegenerativa progressiva, os primeiros sinais levam tempo para aparecer, sejam nos exames ou na manifestação física.
O tempo é crucial para melhor manejo da progressão da doença.Fonte: Getty Images
Por isso, o teste tem potencial para ser uma ferramenta diferencial para o diagnóstico de Parkinson, melhorando as chances de tratamento e aumento, portanto, da longevidade desses pacientes.
Os pesquisadores irão continuar aprimorando o teste, e ainda pretendem responder algumas perguntas, como, por exemplo: por que o SAA foi mais eficaz em pessoas sem sintomas, do que em pacientes com sintomas instaurados?
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