Uma imagem no infravermelho médio feita pelo Telescópio Espacial James Webb foi divulgada pela NASA na semana passada (7) com imagens inéditas do remanescente de supernova Cassiopeia A (Cas A). De acordo com o pesquisador principal do programa Webb, Danny Milisavljevic, observar esses detritos é como "fazer uma espécie de autópsia estelar".
A supernova de Cas A ocorreu há cerca de 340 anos conforme estimativas científicas baseadas em registros históricos e astrônomos. A luz da explosão estelar teria sido vista na Terra por volta do ano de 1680.
Remanescente de supernova Cassiopeia A (Cas A)Fonte: NASA, ESA, CSA, Danny Milisavljevic (Purdue University), Tea Temim (Princeton University), Ilse De Looze (UGent)
Capturados pelo MIRI (Instrumento de Infravermelho Médio) do Webb, os registros mostram a luz dos restos da supernova, a cerca de 11 mil anos-luz da Terra. “Em comparação com as imagens infravermelhas anteriores, vemos detalhes incríveis que não conseguimos acessar antes”, diz uma das pesquisadoras envolvidas no estudo Tea Temim, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
O que as novas imagens mostraram da supernova Cas A?
Devido à importância para a compreensão da vida que conhecemos, o estudo de supernovas, como os remanescentes de Cassiopeia, tem sido feito de forma ampla por diversos observatórios terrestres e espaciais. As novas imagens do James Webb acrescentam cores marcantes na faixa de comprimento de onda do espectro infravermelho médio.
Assim, o material laranja e verde observado em forma de cortinas na parte superior e à esquerda da "bolha" refere-se à emissão de poeira quente ejetada da explosão da supernova. Já os filamentos em tons de rosa brilhante são as estruturas conhecidas como aglomerados e nós, formadas pela liberação de quantidades colossais de energia.
De acordo com os pesquisadores, ainda há muito trabalho à frente para "desvendar todas essas fontes de emissão”. Uma pista para isso – a compreensão do conteúdo de poeira cósmica – pode ser mais bem observada com o novo viés do James Webb. “Vou passar o resto da minha carreira tentando entender o que há neste conjunto de dados”, diz Milisavljevic.
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