Com a ajuda do Telescópio Espacial James Webb, uma equipe de cientistas da Universidade do Texas em Austin (UT) anunciou sexta-feira (31) a descoberta de um buraco negro supermassivo ativo que já existia aos 570 milhões de anos após o Big Bang. Este é o buraco negro mais antigo conhecido pela ciência até o momento.
A pesquisa tinha como objetivo inicial observar a galáxia CEERS_1019 para um trabalho de investigação da luz primordial produzida pela formação de estrelas nos primórdios do Universo. A primeira autora da pesquisa, Rebecca Larson da UT, estudava especificamente a reionização do universo, época em que o material entre as galáxias mudou de hidrogênio neutro para ionizado, inaugurando a propagação da luz.
Porém, quando revisou seus dados com uma hora de informações produzidas pelo James Webb, a astrônoma teve uma surpresa: junto com a luz da formação estelar, o telescópio detectou também a luz de um AGN, nome do núcleo de uma galáxia que tem um buraco negro supermassivo em seu centro.
Uma descoberta paradoxal
O James Webb detectou luz de uma galáxia e de um buraco negro, juntos.Fonte: Getty Images
De acordo com a pesquisa, ainda não revisada por pares e hospedada no servidor de pré-print arXiv, as luzes emitidas por galáxias do alvorecer do Universo normalmente emitem luz proveniente de uma formação estelar ou de um AGN, mas nunca das duas fontes ao mesmo tempo. Isso levou Larson a buscar ajuda de alguns especialistas nesses núcleos.
Descobrir um buraco negro supermassivo em CEERS_1019, levou os pesquisadores a produzir algumas hipóteses. Eles entendem que o objeto se formou a partir do colapso de um objeto massivo, que poderia ser uma das primeiras estrelas do Universo. Como elas eram muito maiores do que as atuais, seu colapso produziria naturalmente um objeto supermassivo.
O que se espera agora são mais observações pelo James Webb que possam detectar galáxias ainda mais distantes. "Acho que meu recorde não vai durar muito", diz Larson.
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