Em uma descoberta recente, uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia em Irvine, nos Estados Unidos, detectou neutrinos criados pelo Grande Colisor de Hádrons (LHC). É a primeira vez que os cientistas conseguiram detectar neutrinos criados pelo colisor do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear).
A detecção foi realizada pelo FASER (Forward Search Experiment), um detector de partículas instalado no CERN e desenvolvido por uma equipe internacional de físicos — até então, nenhum neutrino produzido por um colisor de partículas havia sido detectado.
Os neutrinos são partículas subatômicas detectadas pela primeira vez em 1956, pelo físico e vencedor do Nobel de Física Frederick Reines.
“Os neutrinos são as únicas partículas conhecidas que os experimentos muito maiores no Grande Colisor de Hádrons não conseguem detectar diretamente, então a observação bem-sucedida do FASER significa que todo o potencial físico do colisor está sendo finalmente explorado”, disse o físico experimental da UCI, Dave Casper, em comunicado.
Embora os colisores sejam gigantes, o FASER pesa cerca de uma tonelada e foi instalado em um pequeno túnel no CERN, construído com peças que sobraram de outros projetos.Fonte: Universidade da California em Irvine
Detector de neutrinos
A recente descoberta pode auxiliar na compreensão das partículas subatômicas geradas no espaço, pois os neutrinos também são encontrados em explosões de estrelas e em chuveiros de partículas no cosmos. Na realidade, os neutrinos estão entre as partículas mais numerosas no espaço e a descoberta do FASER ajudará os cientistas a compreenderem melhor sobre os mistérios do universo.
Segundo um comunicado da Universidade da Califórnia em Irvine, o FASER é um equipamento único de detecção de partículas e, além de detectar neutrinos, ele pode ajudar a encontrar partículas de matéria escura — cientistas acreditam que 68% do universo é feito de matéria escura, uma matéria de natureza desconhecida que afeta gravitacionalmente o universo.
“Esses neutrinos de energia muito alta no LHC são importantes para entender observações realmente emocionantes na astrofísica de partículas", disse o físico de partículas do CERN, Jamie Boyd.