Um novo sensor vestível pode revolucionar o monitoramento do suor corporal e fornecer informações importantes sobre condição da pele, atividades do sistema nervoso e a condição de saúde do usuário.
Os sensores atuais monitoram apenas a taxa de suor sensível, aquele perceptível após uma caminhada ou exercícios intensos. Mas existe também um outro tipo de sudorese, chamada transpiração insensível ou vaporosa, que é secretada em uma taxa muito menor durante o exercício ou repouso de baixa intensidade.
Conhecida às vezes como inconsciente, ela não é percebida nem pela pessoa que emite o vapor. Por isso, a medição dessa secreção de vapor d'água da pele ainda era vista como um desafio.
Para essas perdas de água sutis, cientistas de Universidade de Xiangtan, na China, desenvolveram um sensor de sudorese super-hidrofóbico que consegue medir de forma contínua o vapor do suor inconsciente, com alta sensibilidade e resposta rápida.
O estudo que fez o desenvolvimento do sensor foi publicado no início de fevereiro na revista ACS Nano.
Como funciona o sensor super-hidrofóbico?
Ilustração mostra o sensor em açãoFonte: Liu et al.
Para promover a permeação do vapor do suor insensível, a equipe do professor Huanyu “Larry” Cheng desenvolveu um protótipo que prensou uma camada de hidrogel superabsorvente entre as duas camadas têxteis super-hidrofóbicas. Protegido para evitar contato com gotas externas, o sensor pode ser integrado a um módulo de alimentação e comunicação wireless que monitora as taxas de sudorese em diferentes partes do corpo.
O material utilizado entre as duas camadas têxteis foi um composto de poliacrilato, um sal sódico muito usado em fraldas. Esse tecido, por sua vez, é colocado em um substrato fino e cheio de buracos com rigidez reduzida. A excelente respirabilidade resultante possibilita não só a permeação do vapor do suor, mas também evita que o sensor seja afetado por gotas de água externas ou pelo próprio suor sensível interno.
De acordo com Chen, “Demonstrações de prova de conceito em seres humanos mostraram a viabilidade de avaliar continuamente as funções de termorregulação e barreira da pele do corpo”. Isso permite avaliar conforto térmico, condições patológicas e a atividade do sistema nervoso, além de disponibilizar uma plataforma de dispositivo de baixo custo para detectar outros biomarcadores importantes.
Fontes
