O Brasil pretende investir R$ 200 milhões em um supercomputador para prever o tempo com mais exatidão. O Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) está preparando uma licitação para adquirir o equipamento e colocá-lo em funcionamento a partir de novembro, mas vai alcançar capacidade máxima apenas em 2026.
A implementação será realizada em quatro módulos. Na primeira fase, a supermáquina poderá ser mais poderosa do que o Tupã, aparelho utilizado atualmente pelo INPE. Anualmente, o supercomputador vai receber uma unidade, que ampliará a capacidade. Todo o equipamento será alimentado por energia solar.
Com a nova máquina mais potente, o país também deve ganhar um novo modelo numérico para previsão climática. O sistema vai ser desenvolvido pelos cientistas brasileiros, sob coordenação do INPE, e foi batizado de Monan (Model for Ocean-laNd-Atmosphere predictioN), ou em português Modelo para Previsão dos Oceanos, Superfícies Terrestres e Atmosfera.
O Monan usará Inteligência Artificial (IA) e aprendizado de máquina para melhorar as previsões numéricas para toda a América do Sul. O modelo vai ser capaz de prever chuvas com exatidão de hora de início, hora de fim e local com até três dias de antecedência. O sistema também poderá realizar a previsão das tendências climáticas três meses antes que elas ocorram.
Desligamento do Tupã
Quando foi comprado, Tupã era o terceiro supercomputador de previsão climática mais potente do mundo.Fonte: Cptec/Inpe/Divulgação
A chegada do novo supercomputador vai aposentar o Tupã. A máquina, que já foi considerada uma das mais potentes do mundo quando foi comprada em 2010, sofre com a defasagem tecnológica e a falta de peças de reposição. Na época da aquisição, custou R$ 50 milhões e tinha vida útil prevista de seis anos.
O Tupã é composto por vários processadores interconectados que realizam cálculos em paralelo, permitindo que grandes quantidades de dados sejam processadas em um curto período de tempo. Para realizar a previsão de tempo, o equipamento é alimentado com dados da atmosfera, oceanos, áreas de gelo e neve, vegetação e ciclos biogeoquímicos.
Desde 2017 o processamento das previsões é realizado com o suporte do equipamento Cray XC50. A parada total do Tupã chegou a ser cogitada em 2021 por falta de recursos para pagamento de energia elétrica e da manutenção. No entanto, a máquina recebeu um upgrade e continua funcionando.
Categorias