A Universidade de Bristol, no Reino Unido, está produzindo “cardumes” de pequenos robôs chamados RoboSalps, que mimetizam o design e a fisiologia de um curioso zooplâncton chamado “salpa”. Parecidas com as águas-vivas, as salpas têm corpos semitransparentes em forma de barril, e levam existências ambíguas, ora solitárias ora agregadas em colônias.
De acordo com a pesquisadora líder do estudo, Valentina Lo Gatto, "O RoboSalp é o primeiro robô modular inspirado na salpa. Cada módulo é feito de uma estrutura tubular macia muito leve e uma hélice de drone que permite nadar. Esses módulos simples podem ser combinados em colônias muito mais robustas e com o potencial para realizar tarefas complexas", diz a engenheira.
Embora cada módulo do RoboSalps tenha autonomia para nadar por conta própria por ser equipado com um pequeno motor com pás de rotor em sua macia estrutura tubular, quando várias dessas unidades são unidas, elas formam um sistema "redundante", que continua funcionando mesmo se um dos módulos quebrar.
Onde serão usados os RoboSalps?
Conforme Lo Gatto, em virtude da sua robustez e baixo peso, os RoboSalps são candidatos "ideais para missões de exploração subaquática extraterrestre, como, por exemplo, no oceano subterrâneo da lua de Júpiter, Europa". Na verdade, essa é justamente a sua proposta, ou seja, as unidades robóticas foram projetadas para explorar o oceano salgado de Europa, uma das luas de Júpiter.
Os cientistas especulam que a menor das quatro luas do planeta gigante – descobertas por Galileu Galilei no século XVII – abriga um imenso oceano sob sua camada de gelo. Para comprovar essas hipóteses, a NASA enviará uma espaçonave a Júpiter, a Europa Clipper, com decolagem prevista para o ano que vem, cujo objetivo é explorar a lua galileana.
Nesse sentido, a colônia de inéditos robôs macios surge como um conceito inovador a oferecer amplo leque de opções para a exploração do meio ambiente interplanetário. Por serem macios e potencialmente eficientes, os RoboSaps podem ser facilmente transportados devido ao seu volume reduzido, além de garantir uma interação mais segura com possíveis ecossistemas potencialmente delicados, sem danos ambientais.
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