Um estudo realizado por pesquisadores de diferentes instituições de Hong Kong, publicado na revista científica Canadian Medical Association Journal, registrou a redução de 90% das mortes de pessoas com multimorbidade (mais de uma comorbidade) após a aplicação de apenas uma dose de reforço contra a covid-19 — em comparação com aqueles que tomaram apenas as duas primeiras doses.
A partir dos dados da pesquisa, os cientistas sugerem que a vacinação em massa desempenhou um papel fundamental na taxa de mortalidade durante a pandemia, principalmente, em pessoas com comorbidades. Em Hong Kong, a maior taxa de mortalidade foi registrada no final de 2021, mas começou a reduzir no início de 2022, quando profissionais da saúde e grupos prioritários começaram a receber a dose de reforço.
Além daqueles com comorbidades, o estudo também sugere que o reforço é importante para idosos e pessoas com doenças crônicas — e não apenas a terceira dose, eles apontam que as futuras doses de reforço também são importantes para reduzir as mortes.
Os cientistas usaram dados de pessoas registradas em hospitais públicos de Hong Kong.Fonte: Shutterstock
"Encontramos um risco substancialmente reduzido de morte relacionada à covid-19 em adultos com multimorbidade que receberam uma dose de reforço homóloga de BNT162b2, uma vacina de mRNA, ou CoronaVac, uma vacina de vírus inteiro inativado. Esses resultados apoiam a eficácia de doses de reforço de vacinas de 2 plataformas tecnológicas diferentes na redução da mortalidade entre aqueles com multimorbidade em meio à epidemia de omicron”, descrevem os autores no estudo.
A eficácia da terceira dose
Para realizar o estudo, os cientistas utilizaram dados de mais de 120 mil pessoas que receberam doses da vacina homóloga da Pfizer-BioNTech (87 mil com o reforço) e mais de 127 mil que receberam a CoronaVac (94 mil com o reforço). Eles descobriram que ocorreram mais mortes de indivíduos que se vacinaram com a CoronaVac.
Conforme os pesquisadores explicam, o estudo fornece dados robustos para sugerir que o reforço das vacinas contra o coronavírus pode reduzir a taxa de mortalidade — principalmente, em pessoas com diferentes condições crônicas, como pressão alta, diabetes e doença renal.
Contudo, como os testes foram realizados majoritariamente em chineses, eles apontam que mais pesquisas são necessárias para entender a dose de reforço em outras populações, a fim de generalizar a descoberta. "A replicação da análise deve ser conduzida para testar a generalização para outras populações", é descrito na conclusão do estudo.
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