Em sua jornada em direção às aeronaves com emissão de carbono zero previstas para 2035, a Airbus revelou na quarta-feira (30) um novo motor de célula de combustível movido a hidrogênio que começará a ser testado em solo e voo. Esse sistema de propulsão é considerado uma solução eficiente, ao gerar eletricidade através de reação eletroquímica, em vez de combustão.
De acordo com comunicado à imprensa, a empresa dará início aos testes em meados desta década a bordo da aeronave de demonstração ZEROe. Para isso, a tradicional aeronave de testes A380 MSN1 da Airbus está sendo modificada para transportar tanques de hidrogênio líquido e seus sistemas de distribuição.
Conforme a Airbus, o hidrogênio pode ser utilizado de duas formas para produzir energia suficiente para propulsão de aeronaves. Uma delas é através da combustão do elemento em uma turbina a gás; a outra é usar células de combustível para converter hidrogênio em eletricidade para alimentar um motor de hélice. Finalmente, uma estrutura híbrida-elétrica pode combinar uma turbina a gás de hidrogênio acoplada a células de combustível.
Ao identificar o hidrogênio como a alternativa mais promissora para alimentar uma aeronave com emissão de carbono zero, a Airbus optou pela Proton Exchange Membrane (PEM), um tipo de célula a combustível na qual o hidrogênio é usado como um "combustível" para gerar diretamente a eletricidade. Além de não emitir dióxido de carbono, a tecnologia tem como subprodutos apenas calor e água.
Embora sejam pequenas – com alguns milímetros de espessura e tamanho de um envelope de carta – as células de combustível de hidrogênio permitem escalabilidade ao serem empilhadas juntas, para aumentar sua potência. Várias pilhas dessas células são então combinadas em diversos “canais” para atingir os níveis de megawatts demandados por uma aeronave elétrica.
Segundo o Vice-Presidente de Aeronaves de Emissão Carbono Zero da Airbus, Glenn Llewellyn, se em escala as metas tecnológicas forem atingidas, "os motores de célula de combustível podem ser capazes de alimentar uma aeronave de cem passageiros com um alcance de aproximadamente 1,85 mil quilômetros". O executivo estima o lançamento da aeronave ZEROe no período 2027-2028.
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