A apendicite é uma condição inflamatória que acontece em milhares de pessoas todos os anos, trata-se da inflamação de um pequeno órgão linfático localizado próximo ao intestino grosso. Inclusive, não há uma predisposição para a doença, pois qualquer um corre o risco de ter uma inflamação no apêndice.
Apesar da complicação afetar muita gente, alguns sintomas de outras condições podem ser facilmente confundidos por apendicite – como o excesso de gases no intestino. De qualquer forma, a maioria dos casos é causado pela obstrução do órgão por restos de fezes.
Ficou interessado no assunto e quer saber mais? Então, continue a leitura e veja quais são os sintomas e tratamentos quando rompemos o apêndice.
O apêndice tem um pequeno formato e se assemelha ao dedo de uma luva.Fonte: Shutterstock
Como identificar a apendicite?
Além de uma forte dor próxima ao umbigo, os pacientes com a inflamação também costumam sentir náuseas, vômitos, febre, diarreia, inchaço, falta de energia e, principalmente, falta de apetite.
A dor pode atingir toda a região da barriga, mas costuma ficar localizada na parte inferior direita do abdômen. O diagnóstico é realizado no hospital por meio de exame físico e da história clinica do paciente – comumente, são feitas ultrassonografia abdominal e exame laboratorial para confirmar o diagnóstico.
Importante: você está sentindo algum dos sintomas citados e as dores não passarem em até 12 horas, é importante procurar por um médico para descobrir se o caso se trata de uma inflamação do apêndice.
"Fazer o diagnóstico de apendicite nem sempre é fácil. Tanto que não se afasta a possibilidade de tratar como portador de apendicite uma pessoa que não tenha a doença. Isso ocorre nos melhores serviços de saúde. Antigamente, 40% dos pacientes submetidos à cirurgia para a retirada do apêndice não tinham apendicite. Era a chamada apendicectomia branca. Hoje, esse índice está por volta dos 10%, o que o torna absolutamente aceitável", disse o médico-cirurgião Marcelo Averbach, em entrevista ao Dr. Drauzio Varella.
O que causa a apendicite?
O apêndice é afetado quando ocorre uma obstrução de resíduo fecal ou retenção de gordura no ceco do intestino grosso. Dessa forma, o órgão começa a provocar uma resposta do sistema imunológico, pois ele identifica os restos de fezes como um corpo estranho no organismo, causando o inchaço e, em casos mais graves, até o rompimento do órgão.
A apendicite também pode ser causada por infecções gastrointestinais bacterianas e virais – pacientes com tumores ou pólipos também podem sofrer com uma inflamação causada por compressão. Segundo os médicos, uma dieta com poucos líquidos e baixa ingestão de fibras pode causar o problema.
O que pode ser confundido com apendicite?
No caso das mulheres, os sintomas de apendicite podem se confundir com inflamação nas trompas, cisto de ovário, infecção urinária e até mesmo ovário policístico.
Já em homens, é comum confundir a inflamação com infecção urinária e problemas intestinais. Além disso, em ambos os casos o excesso de gases pode influenciar no diagnóstico errôneo.
Nos homens, o diagnóstico costuma ser mais simples de identificar, pois, em alguns casos femininos, os sintomas podem ser confundidos com doenças ginecológicas, como torção dos ovários ou outras causas.
Os sintomas da apendicite real começam de forma repentina, mas continuam aumentando ao decorrer do tempo. Fonte: Shutterstock
Como é feito o tratamento de apendicite?
Após ser diagnosticado por um médico, o paciente com apendicite deverá ser internado para a remoção cirúrgica do apêndice, um procedimento relativamente simples. A apendicectomia, como é chamada, é uma cirurgia que exige anestesia geral e pode ser realizada por videolaparoscopia ou de forma tradicional.
Os casos mais graves incluem ruptura do apêndice, contaminação da cavidade abdominal e peritonite no abscesso intra abdominal – a peritonite é uma infecção causada pelo vazamento de fezes na cavidade abdominal.
Normalmente, o tempo de hospitalização dura entre dois e três dias, mas o período pode aumentar em situações que evoluem para a peritonite. Em casos excepcionais, o tratamento clínico é realizado antes da cirurgia.
"Sob certas circunstâncias, é preciso retirar parte do intestino, porque o organismo tenta circunscrever a infecção às custas de um bloqueio realizado com os próprios órgãos, que começam a aderir uns aos outros. Nesses casos, a abordagem cirúrgica é muito mais complexa. Por outro lado, às vezes, uma apendicite aparentemente tranquila pode reverter em complicações graves no pós-operatório", completou Averbach.
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