A Rússia voltou atrás em seus planos de missões espaciais e agora cogita continuar parte da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla original em inglês) para além do último prazo estabelecido pelo país.
De acordo com o diretor executivo da agência espacial russa Roscosmos, Sergey Krikalev, a nação agora discute formas de expandir a participação do governo na estação e garantir a permissão de permanência para além do ano de 2024, sem uma data precisa para terminar.
A Terra vista da ISS.Fonte: Nasa
A decisão oficial do governo deve ser tomada somente no ano que vem, mas as chances de negociações de fato acontecerem aumentaram após as declarações do executivo e de mais uma missão compartilhada e bem sucedida nesta quarta-feira (5).
A data marcou o lançamento de uma espaçonave Crew Dragon, da empresa privada norte-americana SpaceX, levando a cosmonauta Anna Kikina em uma parceria de compartilhamento de voos já de longa data e recém renovada entre a Roscosmos com a agência espacial dos Estados Unidos, a NASA.
Estação própria
Originalmente, a Rússia deixaria a aliança de países que fazem a manutenção e participam de missões a bordo da ISS daqui a dois anos — muito possivelmente para construir uma estação espacial própria e individual.
Entretanto, os planos ainda não foram tirados do papel: a construção de uma estação do zero e o seu lançamento ao espaço muito possivelmente não devem acontecer antes de 2025, extrapolando o prazo anteriormente citado pelos russos.
A ideia, segundo Krikalev, é refinar os processos e garantir que o programa espacial fique mais robusto e confiável — mas sem abandonar os projetos em andamento, para não deixar o país sem qualquer tipo de presença no espaço.
Desse modo, é possível que o país continue no acordo até que os módulos estejam em órbita.
Crise e tensão
A Rússia decidiu abandonar a Estação Espacial Internacional em julho, mas os planos de "carreira solo" do país como parte de uma política isolacionista já eram especulados há alguns anos.
A invasão da Ucrânia iniciada pelo presidente Vladimir Putin em fevereiro de 2022, porém, complicou ainda mais o cenário diplomático e espacial. Ao menos por enquanto, a Rússia ainda não sofreu sanções no campo de exploração espacial e continua operando com parcerias no setor — diferente do que já ocorreu em outros campos comerciais e até na tecnologia.
Por outro lado, o país continua participando de missões e até enviando novos módulos normalmente para o local. A ISS vê como essencial a participação do país na manutenção do módulo, que deve continuar operando pelo menos até 2030.
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