Toda semana, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!
#1: Como é possível ver estrelas durante o dia?
Sim! É possível ver estrelas durante o dia. A luneta acoplada ao telescópio de 1.60m do Observatório do Pico dos Dias é usada para confirmar a precisão do apontamento automático do telescópio. Essa calibração pode ser feita durante o dia, com uma estrela brilhante. #AstroMiniBR pic.twitter.com/d96opzQ4LW
Quando pensamos em observar estrelas, nossa mente é imediatamente guiada para o céu noturno.
Por conta da intensidade da luz solar ao longo do dia, a visibilidade de estrelas durante esse período é extremamente prejudicada e praticamente impossível de ser feita a olho nu, excetuando algumas horas antes do ocaso e em eventos raros como eclipses solares.
Em condições normais, a estrela Sirius, por exemplo, a mais brilhante do céu, precisaria ter um brilho 5 vezes mais intenso para que pudesse ser vista durante o dia. No entanto, é possível ver estrelas durante o dia, mas somente com auxílio de instrumentos. Outras estrelas individuais e brilhantes (para além do Sol, é claro) podem ser vistas durante o dia através de um telescópio ou um poderoso par de binóculos. O truque está em saber exatamente para onde apontá-los, para que o brilho da estrela – e, mais importante, a capacidade de ampliação e captação de luz das lentes – possa superar o brilho da luz solar refratada.
Alguns telescópios agora têm sistemas automatizados e uma óptica adaptativa que tornam essa tarefa muito mais fácil. Esse é o caso do telescópio da imagem acima, localizado no Observatório do Pico dos Dias, em Minas Gerais.
#2: O ciclo das manchas solares
?? Acne no Sol a cada 11 anos ??
O Sol possui ciclos de maior atividade, e em seu pico, brotam manchas solares.
Essas regiões escuras são mais frias que o resto da superfície, mas com intensa atividade magnética propiciando abruptas erupções.#AstroMiniBR pic.twitter.com/fqdExKiZln
A superfície do Sol é um lugar muito movimentado. Lá existem gases eletricamente carregados que geram poderosos campos magnéticos que vão se emaranhando de acordo com o movimento do plasma.
Um aspecto interessante da superfície solar são suas manchas solares: áreas onde o campo magnético é cerca de 2.500 vezes mais forte que o da Terra e muito mais alto do que em qualquer outro lugar do Sol. Por causa do forte campo magnético, a pressão magnética aumenta enquanto a pressão atmosférica circundante diminui. Isso, por sua vez, reduz a temperatura em relação ao ambiente, porque o campo magnético concentrado inibe o fluxo de gás quente e novo do interior do Sol para a superfície.
As manchas solares tendem a ocorrer em pares que têm campos magnéticos apontando em direções opostas. Elas parecem relativamente escuras porque possuem uma temperatura média de cerca de 2.000 ºC a menos que as regiões circundantes. Além disso, essas regiões aparecem em média de 11 em 11 anos e possuem tamanho aproximado ao da Terra.
#3: O diagrama Hertzprung-Russel
uma ótima forma de descrever estrelas é através de seu brilho e temperatura, formando o diagrama Hertzprung-Russel (HR)
aqui, o diagrama HR do aglomerado ωCen, mostrando que ele é habitado por diferentes tipos de estrelas ?
{c} NASA, ESA, Anderson e van der Marel#AstroMiniBR pic.twitter.com/DkWpU0cZ3G
Em Astronomia, o diagrama de Hertzsprung-Russell, também chamado de diagrama HR, é uma representação gráfica no qual as magnitudes absolutas (brilho intrínseco) das estrelas são apresentadas em relação aos seus tipos espectrais (temperaturas).
De grande importância para as teorias da evolução estelar, evoluiu de mapas iniciados em 1911 pelo astrônomo dinamarquês Ejnar Hertzsprung e independentemente pelo astrônomo norte-americano Henry Norris Russell. Neste diagrama as estrelas são classificadas de baixo para cima em ordem decrescente de magnitude e da direita para a esquerda por aumento de temperatura.
Na animação acima é mostrada a formação de um diagrama HR para as populações estelares do aglomerado ?Cen.
#4: Fotografando crateras na Lua
Todo mundo que viajou de avião já tirou fotos pela janela. E todo mundo que viajou pra Lua também! Aqui vemos as crateras Messier, fotografadas pelos astronautas da Apollo 11 em 1969. O formato alongado é devido ao ângulo rasante do impacto que as formou. #AstroMiniBR pic.twitter.com/G44FuLQEeW
Todo mundo adora tirar fotos quando faz uma viagem. Já imaginou as fotos daqueles que viajaram para a Lua?!
O registro acima foi feito pela tripulação da Apollo 11 da NASA, primeira a pousar na superfície lunar em julho de 1969. Nela são apresentadas as crateras Messier, crateras de impacto no solo lunar relativamente jovens localizadas no Mare Fecunditatis.
As crateras chamadas de Messier (esquerda) e Messier A têm dimensões de 15 por 8 e 16 por 11 quilômetros, respectivamente. Suas formas alongadas são explicadas pela trajetória de ângulo extremamente raso seguida pelo impacto que teve direção da esquerda para a direita. Esse impacto raso também resultou em dois raios brilhantes de material estendendo-se ao longo da superfície para a direita, além da imagem.
#5: Um registro de planetas extrassolares
A maioria das imagens que circulam na mídia de exoplanetas sao concepcoes artísticas.
Mas, nós temos imagens diretas de alguns casos, como é o exemplo do sistema HR 8799 (4 pranetinhas).
Na escala: 20 au = 20x a distância entre o Sol e a Terra.#AstroMiniBR pic.twitter.com/oHzR6oE3KU
O sistema HR 8799 é o primeiro sistema planetário extrassolar a ser visto diretamente em uma imagem astronômica. HR 8799 é uma estrela jovem (com cerca de 60 milhões de anos) localizada a 128 anos-luz da Terra na constelação de Pégaso.
Observações desta estrela feitas pelo Satélite Astronômico Infravermelho e pelo Observatório Espacial Infravermelho mostraram um disco de poeira exatamente igual ao modelo esperado para os últimos estágios da formação planetária. Em 2008, uma equipe internacional de astrônomos divulgou imagens tiradas com os telescópios nos observatórios Keck e Gemini North de três planetas orbitando HR 8799. Um quarto planeta foi descoberto em 2010.
Observações astronômicas posteriores mostraram que os planetas de fato se movem com a estrela e, portanto, não poderiam ser objetos de fundo. Os planetas variam em massa de 7 a 10 vezes a de Júpiter e orbitam entre 2,2 e 10,2 bilhões de km (1,3 e 6,3 bilhões de milhas) de HR 8799. Esses planetas são gigantes gasosos com temperaturas de cerca de 600 a 800 °C.
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