Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, publicou um estudo sobre a descoberta de duas "superterras" localizadas a cerca de 100 anos-luz do nosso planeta. Ambos os corpos celestes orbitam uma pequena estrela chamada LP 890-9.
A estrela, também nomeada de SPECULOOS-2 ou TOI-4306, é a segunda mais fria após a TRAPPIST-1, diz o estudo publicado na revista científica Astronomy & Astrophysics — as estrelas mais frias emitem a maior parte da sua luz em infravermelho.
O primeiro planeta detectado, nomeado de LP 890-9b, completa uma órbita ao redor da estrela em 2,7 dias e tem massa 30% maior que a Terra. Já o segundo planeta, LP 890-9c, é cerca de 40% maior que a Terra, mas realiza a órbita completa em aproximadamente 8,5 dias.
Ambos os astros foram detectados por meio do telescópio espacial Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) e confirmados pelo projeto SPECULOOS (Search for habitable Planets EClipsing ULtra-cOOl Stars), no Observatório Paranal (Chile).
Ilustração dos dois planetas em órbita da estrela LP 890-9.Fonte: Universidade de Birmingham/Amanda J. Smith
“O TESS procura exoplanetas usando o método de trânsito, monitorando o brilho de milhares de estrelas simultaneamente, procurando por pequenos escurecimentos que podem ser causados por planetas que passam na frente de suas estrelas”, disse a pesquisadora da Universidade de Liège (Bélgica) e principal autora do estudo, Laetitia Delrez.
"Superterras" habitáveis?
Apesar do uso do TESS, a cientista afirma que são necessários telescópios terrestres, como no projeto SPECULOOS, para confirmar a natureza planetária dos astros identificados, além de detectar dados mais refinados sobre tamanhos e propriedades orbitais — inclusive, suas câmeras são muito mais sensíveis ao infravermelho.
Os telescópios do projeto SPECULOOS foram muito valiosos para confirmar o primeiro planeta, mas foram ainda mais importantes para a detectar o LP 890-9c — justamente por isso, o planeta também é chamado de SPECULOOS-2c. Em breve, os pesquisadores devem estudar a atmosfera do planeta, que parece ser o mais habitável entre as opções conhecidas atualmente, atrás apenas do TRAPPIST-1.
“O objetivo do SPECULOOS é procurar planetas terrestres potencialmente habitáveis que transitem por algumas das estrelas menores e mais frias da vizinhança solar, como o sistema planetário TRAPPIST-1, que descobrimos em 2016”, disse o pesquisador da Universidade de Liège, e o investigador principal do SPECULOOS, Michaël Gillon.
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