A Administração Nacional de Produtos Médicos da China (NMPA) acaba de aprovar a primeira vacina nasal contra a covid-19 do mundo. Batizado de Convidecia Air, o imunizante converte a forma líquida da vacina em um aerossol através de nebulizador. Dessa forma, a preparação biológica pode ser inalada pela boca, podendo ser usada como dose de reforço.
Totalmente livre de agulhas, basta apenas uma aspiração, garante a fabricante CanSinoBIO, para induzir uma proteção imunológica abrangente em resposta ao SARS-CoV-2.
De acordo com a versão de pré-publicação (pre-print, ainda não revisada por outros cientistas) do artigo com os resultados sobre o imunizante, disponível no site medRxiv no dia 28 de julho, as pessoas que receberam uma dose de reforço da vacina inalada da CanSino após as duas doses da vacina da Sinovac (produtora da CoronaVac) desenvolveram mais anticorpos do que quem recebeu as três doses injetáveis. Segundo o artigo, quatro semanas depois de receber o reforço inalado, 92,5% das pessoas tinham anticorpos neutralizantes para a variante ômicron.
Fonte: CanSino BiologicsFonte: CanSino Biologics
Quando a vacina inalada irá chegar ao Brasil?
Em entrevista divulgada na edição de domingo (4) do Fantástico, o diretor do laboratório de Imunologia do Incor, Jorge Kalil, falou da importância das vacinas nasais. Para ele, "se você fizer uma vacina de spray nasal, você vai induzir uma resposta imune local no nariz. Você elimina o vírus na entrada."
Em março, a empresa biofarmacêutica brasileira Biomm pediu o registro definitivo da forma injetável (intramuscular) da Convidecia à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), levando em conta o avanço da vacinação no Brasil, principalmente após a ampliação das faixas etárias.
A ideia é, após conseguir a aprovação do órgão regulador, importar, em um primeiro momento, a vacina Convidecia, e depois produzi-la na planta biofarmacêutica da Biomm em Nova Lima (MG). Oportunamente, diz a empresa em nota, também a forma inalável da vacina será submetida à aprovação da Anvisa.
ARTIGO (ainda não revisado por pares) - medRxiv - DOI: 10.1101/2022.07.26.22278072.