"Política, futebol e sonhos", assim o diretor Gabriel Martins descreve o seu filme "Marte Um", que conta a história de uma família negra de classe média baixa.
O enredo trata da história de Deivinho, interpretado por Cícero Lucas, um menino que quer se tornar astrofísico e visitar Marte. Já o pai do garoto, o porteiro Wellington (Carlos Francisco), sonha que o filho se torne jogador de futebol.
Cartaz de lançamento do filme "Marte Um" (crédito: reprodução)
A mãe Tércia (Rejane Faria), uma diarista que se depara com dilemas pessoais, e a irmã do menino, Eunice (Camila Damião), querem conquistar a independência. A narrativa trata da complexidade dos laços familiares e dos sonhos e conquistas de cada um.
Além disso, o filme é ambientado no cenário político do Brasil em 2018, quando um presidente de extrema-direita é eleito e a insegurança das minorias paira no ar.
O filme parece ser uma grata surpresa, tratando de assuntos complexos que envolvem todo o ambiente familiar, e trazendo um contraponto interessante entre o sonho do filho e o sonho do pai.
"Esse sonho do jogador de futebol, que é do pai, é muito conectado com o desejo de ascensão, de orgulho. Mas a astrofísica e o espaço sideral têm essa ideia de expansão, de um sonho sem limites, inalcançável", afirma Gabriel Martins ao AdoroCinema.
Ao contrário do imaginário brasileiro, muito ligado ao futebol com única forma de "conquistar algo na vida", o enredo traz para a ciência o papel de agente transformador.
Outro fato interessante é o nome do filme, que é uma referência ao "Mars One", um projeto criado em 2011 que tinha o objetivo de instalar colônias humanas em Marte, e colonizar o planeta a partir de 2025.
Com boa recepção da crítica, o filme que estreou no Sundance Film Festval de 2022, levou quatro prêmios no Festival de Cinema de Gramado, o mais importante do Brasil.
O filme terá exibições em São Paulo e Rio de Janeiro, entre os dias 25 e 31 de agosto pelo Instituto Moreira Salles (IMS).
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