*Este texto foi escrito com base em artigos científicos, informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Para uma melhor orientação sobre o consumo de qualquer substância, procure um médico ou um nutricionista.
A coenzima Q10 é uma substância presente naturalmente no nosso corpo. No Brasil, ela é vendida na forma de suplemento alimentar e pode ser receitada por médicos em alguns casos específicos.
Chamada ubiquinona, essa molécula auxilia a função de enzimas envolvidas no processo de respiração celular e é recomendada para uma gama de doenças. Saiba o que é mito e o que é verdade sobre essa substância.
O que é a coenzima Q10?
A Coenzima Q10 é vendida como suplemento alimentar no BrasilFonte: Shutterstock
Encontrada em todos os animais e em diversas bactérias, a coenzima Q10 está envolvida com o processo de respiração celular, no qual é produzida energia para o corpo funcionar. Ela está presente em todas as nossas células, principalmente aquelas do coração, fígado, rim e pâncreas. Na maioria das pessoas, o corpo é capaz de produzi-la em quantidade suficiente.
Apesar disso, ela também por ser obtida pela alimentação, principalmente no consumo de carnes e frutos do mar. As evidências mostram que o déficit da substância é capaz de levar a problemas vasculares e cerebrais.
São dois os casos nos quais o paciente deve procurar fontes externas da substância: gasto excessivo do nutriente pelo corpo ou deficiência da molécula. O primeiro caso pode ser causado por certos problemas de saúde.
A ubiquinona é indicada apenas para pessoas com deficiência da substânciaFonte: Shutterstock
Já o segundo ocorre como consequências de condições genéticas. São mais de 10 os genes que regulam a biossíntese da ubiquinona no organismo, e alterações neles podem levar a condições adversas de saúde que exigem a suplementação alimentar.
É por isso que existem os suplementos dessa substância. Normalmente o consumo de coenzima Q10 não leva a nenhum efeito colateral. Em poucos casos são observados sintomas gastrointestinais como náuseas ou vômitos.
A Coenzima Q10 pode ser usada para outras doenças?
É comum ouvir que a ubiquinona também tem a capacidade de melhorar os sintomas de pacientes com doenças como insuficiência cardíaca, pressão alta, doença gengival, doença de Parkinson, infecções do sangue, doenças musculares e infecção por HIV.
Até o momento, entretanto, nenhum desses usos foi confirmado por evidências científicas e nem sequer aprovado por órgãos públicos reguladores de produtos para a saúde, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou a Food and Drug Administration, nos Estados Unidos.
Nos laboratórios mundo afora, muitos resultados de pesquisas mostram que a coenzima Q10 é uma substância promissora principalmente para a melhoria da saúde cardiovascular e de problemas de fertilidade.
Alguns alimentos são fontes naturais de Q10Fonte: Shutterstock
Esses efeitos terapêuticos estão relacionados com a capacidade antioxidante e anti-inflamatória da molécula. Estudos mais recentes mostraram que ela tem potencial de melhorar a saúde do paciente em diversas condições:
- Doenças cardiovasculares causadas por diabetes: o uso levou à diminuição de eventos adversos;
- Fertilidade: reduz a oxidação dos gametas;
- Saúde muscular e condicionamento físico: melhora a disponibilidade de energia e a eficiência respiratória celular;
- Atrofia de múltiplos sistemas: a coenzima Q10 é um biomarcador que pode ajudar na identificação da doença;
- Desordens imunológicas: promove diminuição de substâncias inflamatórias e melhora a saúde celular;
- Neuropatias: promove a proteção dos neurônios;
- Dano por radiação ultravioleta: acelera a recuperação da pele;
- Insuficiência cardíaca: melhora a recuperação dos pacientes;
- Resistência à insulina: ajuda a promover a sensibilização do corpo para a substância através da eliminação de oxidantes das mitocôndrias;
- Fibromialgia: alivia as dores;
- Hipercolesterolemia familiar e aterosclerose: melhora as condições dos pacientes.
Os benefícios da coenzima Q10 são muitos, e a substância tem poucos efeitos colaterais para seu uso, o que faz dela um candidato perfeito para novos tratamentos. Apesar disso, esse suplemento não é usado como medicamento para nenhum desses casos.
Isso porque a biodisponibilidade da substância é muito baixa. Isso significa que, quando consumido, o intestino absorve a ubiquinona aos poucos. Essa taxa de absorção é tão baixa que não causa efeito nenhum no corpo.
Por isso, apesar de promover todos os efeitos listados acima em pesquisas de laboratório, a coenzima Q10 pode não ser efetiva em casos reais. Mas a pesquisas científicas continuam, e conforme a tecnologia avança podemos encontrar novas formas de melhorar esse poderoso remédio.
A Coenzima Q10 é uma substância de ocorrência natural: está presente em todas as nossas células. Ainda assim, algumas pessoas podem sofrer com o seu déficit, por conta de certas condições de saúde.
Estudos científicos mostram que essa molécula pode ser ainda mais útil e usada em outros casos clínicos. A nossa capacidade de absorvê-la ainda é um obstáculo para essas aplicações, mas que deve ser resolvido em breve com o avanço científico.
Fontes