O Google anunciou que vai excluir histórico de visitas a clínicas de aborto nos Estados Unidos para proteger a identidade das pessoas que estiveram nos locais. A iniciativa da companhia acontece pouco depois de a Suprema Corte dos EUA suspender a decisão baseada no caso Roe vs Wade, que garantia o direito das mulheres ao aborto no país.
No anúncio, feito na última sexta-feira (1º), o Google também afirmou que excluirá o histórico de localização de pessoas que visitaram centros de aconselhamento, abrigos de violência doméstica, centros de fertilidade, instalações de tratamento de vícios, clínicas de perda de peso, clínicas de cirurgia plástica, entre outros tipos de instalações médicas.
“Hoje, estamos anunciando que, se nossos sistemas identificarem que alguém visitou um desses lugares, excluiremos essas entradas do Histórico de localização logo após a visita”, disse a vice-presidente sênior de sistemas e experiências principais do Google, Jen Fitzpatrick, em um comunicado no blog da empresa.
Google disse que vai excluir histórico de localização que contenha visita a locais que prestam serviços médicos, como clínicas de aborto, nos Estados UnidosFonte: Shutterstock
Segundo Fitzpatrick, a decisão foi realizada para manter a privacidade dos usuários em segurança e evitar que informações pessoais sejam usadas contra aqueles que escolheram abortar. Nesse cenário, o Google está sofrendo com a pressão pública para esclarecer a opinião da empresa sobre o assunto.
Exclusão de histórico em clínicas
Até então, a empresa já oferecia uma opção para excluir manualmente as informações de localização e, agora, excluirá automaticamente o histórico quando um usuário visitar uma das clínicas citadas acima. O recurso deve ser atualizado nos dispositivos Android nas próximas semanas.
No Fitbit, por exemplo, já é possível excluir registros de menstruação um de cada vez, mas a empresa atualizará o sistema do dispositivo com um recurso para excluir vários registros de uma só vez.
Até o momento, o Google está estudando sobre as solicitações de dados de pessoas que realizaram abortos em estados onde o procedimento é proibido. Contudo, a empresa afirma que “continuará se opondo a processos muito amplos ou legalmente censuráveis.”
"Temos o compromisso de fornecer proteções de privacidade robustas para as pessoas que usam nossos produtos e continuaremos procurando novas maneiras de fortalecer e melhorar essas proteções", foi divulgado no blog oficial do Google.