A berberina, um componente encontrado em algumas plantas, mostrou um bom resultado no tratamento de câncer de pulmão, entre outras doenças, em testes in vitro (em laboratório) realizados dentro de um estudo publicado no fim de maio na revista científica Pharmaceutics.
Encontrado em plantas do gênero Berberis, o suplemento se mostrou eficaz no tratamento de doenças cardiovasculares e de diabetes. Mostrou também eficácia no combate ao estresse oxidativo, e inflamação causados nas células pulmonares pela ação da fumaça do cigarro.
Graças a isso, agora os pesquisadores investigam o potencial da berberina no controle de células cancerígenas no pulmão. Nos estudos em células in vitro, eles conseguiram suprimir o crescimento do tumor, assim como regular as células que causam metástase, diminuindo o potencial de as células tumorais se espalharem pelo corpo.
Em 2020, foram diagnosticados mais 2,21 milhões de casos de câncer de pulmãoFonte: Shutterstock
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos um terço das mortes por câncer é ocasionada pelo consumo de tabaco, em conjunto com sedentarismo, obesidade e má alimentação. O câncer de pulmão está entre os tipos mais comuns de câncer, que só no ano de 2020 foi responsável por 1,8 milhões de mortes.
Dentre outras soluções, a colaboração internacional de pesquisadores das Universidades de Sidney, Malásia e Arábia Saudita, responsáveis pelo estudo, tiveram de criar uma nova estratégia para ministrar o suplemento nas células. Devido ao mecanismo natural de absorção e falta de solubilidade em água, os pesquisadores desenvolveram uma tecnologia com um líquido cristalino de nanopartículas.
A berberina é encapsulada em pequenas bolas de polímero solúveis, que fazem a entrega da medicação nas doses corretas, e no local desejado. Esse controle é de extrema importância, pois a dose incorreta pode ser tóxica para o organismo.
Os pesquisadores agora esperam poder avançar nas pesquisas e iniciar mais testes para comprovar a eficácia do suplemento. As plantas berberis já são utilizadas há muito tempo pela medicina tradicional chinesa e na medicina indiana Ayurveda.
ARTIGO Pharmaceutics: doi.org/10.3390/pharmaceutics14061119