Mudanças climáticas podem agravar insônia, sugere estudo
Noites mais quentes pode levar a uma perda de aproximadamente 44 horas de sono por ano

Fonte: Shutterstock
Imagem de Mudanças climáticas podem agravar insônia, sugere estudo no tecmundo
De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Copenhagen, Dinamarca, noites mais quentes podem interferir na qualidade do sono, aumentando os casos de insônia, principalmente em idosos e mulheres.
O artigo com os resultados foi publicado no dia 20 de maio na revista científica One Earth.
Uma boa noite de sono traz diversos benefícios para a saúde
A insônia marca presença constante na vida das pessoas. A dificuldade de dormir e a perda na qualidade de sono, podem gerar diversos problemas de saúde, como aumento do estresse, irritabilidade, problemas na função cognitiva, aumento da pressão arterial e agravamento de quadros depressivos.
A falta ou má qualidade do sono pode ter diversas causas. Entre elas estão estresse, rotinas de trabalho e estudo, problemas físicos, emocionais, e ainda, de acordo com os pesquisadores dinamarqueses, noites mais quentes.
Com as mudanças climáticas e o aumento das temperaturas durante a noite, os pesquisadores estimam que as horas perdidas de sono aumentem. Atualmente, eles estimam que as pessoas percam, em média, 44 horas de sono por ano, e que no ano de 2099, 50 horas de sono serão perdidas, em um cenário em que as emissões dos gases do efeito estufa estejam estabilizadas, e 58 horas de sono, caso a emissão siga em uma crescente.
A pesquisa coletou dados entre os anos de 2015 e 2017, de mais de 47,5 mil pessoas, de 68 países ao redor do mundo. A fonte dos dados foi um aplicativo de celular, que armazena informações transmitidas por pulseiras de monitoração do sono. Com o cruzamento dos dados do aplicativo, com informações do clima e temperatura das regiões em que os participantes estavam, os pesquisadores puderam observar alguns achados interessantes.
Os resultados apontaram que pessoas em países de menor renda, mulheres e idosos, são os que mais sofrem com insônia por interferência do clima na hora de dormir. E que, em temperaturas acima de 25ºC, as pessoas, no geral, tendem a dormir menos de 7 horas por noite.
A insônia também pode ser uma fator relacionado à desigualdade social entre os países.
Apesar desses achados, os pesquisadores informam que mais estudos devem ser realizados para se compreender melhor a relação entre as noites mais quentes, provenientes dos efeitos das mudanças climáticas, e a piora na qualidade do sono. E também compreender as diferenças observadas nos índices de insônia entre pessoas residentes em países de maior renda, quando comparados aos de menor renda.
ARTIGO One Earth: doi.org/10.1016/j.oneear.2022.04.008

Por Jennifer Mariane Galdino de Queiroga Egues
Especialista em Redator
Estudante da área da saúde e ex-aspirante a Física.