Os cometas são sobras de matéria congelada cuja origem remete à formação do Sistema Solar, cerca de 4,6 bilhões de anos atrás.
O tamanho desses objetos que circulam pelo Universo pode variar de alguns quilômetros até dezenas de quilômetros de largura, dimensão que vai diminuindo à medida em que eles colidem com outros corpos no espaço em sua órbita rumo ao Sol.
Nessa trajetória, o aquecimento gradual de sua superfície libera gases e partículas que deixam a característica forma irregular e um rastro brilhante conhecido como cauda — efeito visual que pode ser observado por nós através de equipamentos ou até mesmo ao voltarmos nossos olhos para o céu.
Análises de sua composição revelam que os cometas são feitos de rocha, poeira e gases congelados, como monóxido de carbono, metano, amônia e dióxido de carbono.
Os cometas são formados por rochas, poeira e gases, além de poder apresentar uma variedade de elementos orgânicos responsáveis pela origem da vidaFonte: NASA/JPL-Caltech/UMD
Além desses compostos, tais objetos cósmicos podem apresentar uma variedade de elementos orgânicos. Dentre eles estão o metanol, etanol, etano, cianeto de hidrogênio e formaldeído, bem como moléculas mais complexas, como hidrocarbonetos de cadeia longa e aminoácidos.
O estudo dessas evidências pode trazer pistas sobre a origem do próprio Universo e de como ocorreu o transporte de água que viabilizou a vida na Terra.
A origem dos cometas
Embora o número atual de cometas conhecidos seja de 3.743, provavelmente ainda existem bilhões deles em circulação na galáxia. No nosso Sistema Solar, esses corpos se concentram principalmente ao lado de asteroides e meteoros na região da órbita de Netuno, chamada de Cinturão de Kuiper, e levam menos de 200 anos para atingir seu destino final.
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Vale ainda destacar a existência de cometas em áreas mais distantes, como na Nuvem de Oort, localizada no limite do Sistema Solar.
O cometa 67P/Churyumov-GerasimenkoFonte: ESA/Rosetta/NAVCAM
Nos últimos anos, missões de agências espaciais conseguiram estudar alguns cometas mais de perto. O programa Stardust, lançado pela NASA em 2004, coletou amostras de partículas e poeira interestelar deixadas pelo cometa Wild 2, localizado entre Marte e Júpiter.
Após o envio dos materiais para a Terra, foi constatada uma alta concentração de glicina, substância química considerada um dos “blocos de construção” da vida.
Já a missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA), lançou em 2014 um módulo de aterrissagem no núcleo do 67P/Churyumov-Gerasimenko — o qual entrou para a História como o primeiro cometa tocado pela humanidade. Ele gira em torno do Sol em uma órbita que cruza as de Júpiter e Marte, aproximando-se, mas não atingindo a órbita da Terra.
Mais de 52% de todos os objetos próximos do nosso planeta foram descobertos pela Universidade do Arizona. Lá, pesquisadores trabalham em conjunto com o programa da NASA, Catalina Sky Survey, dedicado à identificação de cometas, asteroides ou meteoros que podem representar um risco de impacto para a Terra.
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