Um estudo mostrou que, usados em ambientes fechados, desinfetantes comerciais geram poluentes prejudiciais à saúde. A descoberta afeta principalmente funcionários da limpeza, como aqueles que atuaram na desinfecção de ambientes durante a pandemia.
Os resultados revelam que imediatamente após o uso são liberados compostos voláteis tóxicos que causam irritação das mucosas, dores de cabeça e até câncer, se houver exposição repetida. O estudo foi publicado na revista científica Science Advances.
Desinfetantes como aqueles usados no combate ao coronavírus podem causar intoxicação (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Na pesquisa os cientistas desinfetaram uma sala comercial ventilada mecanicamente e monitoraram a composição do ar. Em poucos minutos foram detectados produtos de oxidação, radicais e aerossóis.
Descobriu-se que uma hora e meia de exposição ao material desprendido do desinfetante equivale a até seis horas de inalação da poluição do tráfego de automóveis. Os resultados acedem um alerta para funcionários de limpeza e para quem faz uso doméstico das substâncias.
Os desinfetantes, entretanto, não são os únicos grandes vilões. Existem milhares de produtos capazes de liberar substâncias tóxicas no ar, como tintas, vernizes, ceras, produtos de limpeza, cosméticos, desengordurantes e produtos de lazer.
Leia também: Poluição do ar pode agravar casos de covid-19, mostra estudo
Para evitar a contaminação, é recomendado o uso de purificadores de ar e, sempre que possível, ventilação natural. Além disso, profissionais de limpeza devem fazer uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas.
ARTIGO Science Advances: doi.org/10.1126/sciadv.abj9156
Fontes