O transtorno de déficit de atenção (TDA) e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são problemas de saúde cuja principal característica é a dificuldade de concentração.
Ambos costumam ser identificados em crianças na fase escolar, isso porque o ambiente de aprendizagem exige muita atenção dos alunos. Assim, é mais provável que logo os primeiros sintomas sejam diagnosticados, principalmente se há um acompanhamento pedagógico do estudante.
Porém, adultos também são afetados por esses transtornos. Tanto no trabalho quanto no convívio social, o indivíduo pode sofrer prejuízos pela falta de atenção. Isso tem levado cada vez mais pessoas a buscar o diagnóstico e o tratamento.
Alunos com TDA e TDAH tem dificuldade de concentração. O transtorno afeta, principalmente, os estudos. (Fonte: Pexels/CDC)Fonte: Pexels
Tanto o TDA quanto o TDAH acompanham o indivíduo pela vida toda. Estima-se que duas a cada três crianças com déficit de atenção terão sintomas na fase adulta, mas, com tratamento adequado, é possível levar uma vida de qualidade, mesmo com o laudo.
Mas, antes de tudo, qual é a diferença entre cada um deles?
TDA: Transtorno de Déficit de Atenção
A principal características do TDA é a desatenção, falta de foco e dificuldade de se concentrar. Algumas vezes, o transtorno se manifesta como falta de memória, justamente pela atenção reduzida que não permite reter no cérebro o momento vivido.
Se a criança demonstra ter comportamentos excessivamente dispersos, principalmente durante as aulas, esse é um sinal de que ela pode ter alguma síndrome de déficit de atenção. Vale o mesmo para alunos com dificuldade em tirar boas notas e muito dispersos.
O TDA é muito caracterizado pelo comportamento demasiadamente aéreo, mas não está limitado a ele. Existem, no total, 18 sintomas desse transtorno, que variam a cada paciente. Letargia, falta de motivação, dificuldade em expressar sentimentos ou falar pouco são alguns deles.
TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
No caso do TDAH, além da falta de atenção, o paciente sofre de hiperatividade. Esse sintoma é caracterizado pela impulsividade e dificuldade em conter atitudes. Para a pessoa, é quase impossível permanecer quieto por muito tempo. Sintomas claros de hiperatividade incluem a incapacidade de assistir a um filme até o final ou de prestar atenção em uma conversa com outras pessoas.
É importante diferenciar um comportamento agitado de um hiperativo. A hiperatividade não permite que uma criança, por exemplo, mude de foco, mesmo com a supervisão de um adulto. Ela não tem controle sobre as ações que toma. Já uma criança agitada, quando auxiliada, consegue se concentrar e realizar uma tarefa diferente daquela que realizava antes.
Hiperatividade
A hiperatividade pode ser motora ou cerebral, dependendo de algumas características. Ela costuma ser mais intensa nas crianças e tem a tendência a diminuir na puberdade até desaparecer na vida adulta, mas há casos em que persiste.
Na categoria motora, se enquadram as crianças que não param quietas. Elas têm muita energia e precisam descarregá-la, geralmente em brincadeiras ativas, com muito movimento corporal e correria. Podem ter dificuldade de dormir.
Já a mental gera uma agitação diferente nos menores. O fluxo de pensamento intenso causa dificuldade de concentração e impossibilita o foco. São pessoas que falam muito, que atropelam palavras e mudam muitas vezes de raciocínio.
Adultos hiperativos terão sintomas diferentes daqueles da infância. Eles apresentam a tendência de ser viciado no trabalho, por exemplo, ou tem dificuldade de realizar atividades com calma. A ansiedade pode também surgir de um comportamento hiperativo.
Em adultos
Esses transtornos, deve-se ressaltar, não começam a se manifestar apenas depois da infância. Um adulto que recebe um laudo novo de TDA ou TDAH conviveu toda a sua vida com o transtorno — ele apenas não sabia disso.
É que a discussão sobre transtornos psicológicos ainda é recente no país, e não atinge de maneira abrangente toda a população, infelizmente. Enquanto isso, as pessoas que crescem sem o diagnóstico adequado enfrentam prejuízos e lidam com as consequências.
Conviver com um transtorno como esses pode levar a comprometimento das funções executivas, afetando a atenção, a capacidade de planejamento e de organização, bem como do manejamento do tempo.
Tratamento
Para levar uma vida saudável e ter uma rotina produtiva, o paciente, seja adulto, seja criança, precisa ter acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequados.
O diagnóstico é feito com base no comportamento. Como está associado a fatores genéticos, também é importante saber se há outros casos na família. Em adultos, é preciso identificar evidências sólidas de que a falta de atenção é uma queixa desde os primeiros anos de vida.
Para crianças, o tratamento será multidisciplinar. Às vezes, o uso de medicamentos é dispensável, mas em outras, não. O mais importante é que o menor conte com acompanhamento de um neurologista, psicólogo, pedagogo, psiquiatra e qualquer outro especialista que seja necessário.
Já para adultos é mais comum a prescrição de psicoestimulantes e antidepressivos, devido à necessidade de melhora rápida proporcionada pelo estilo de vida moderno. Em poucas semanas de tratamento, é possível obter melhoria na vida social e no desempenho laboral, por exemplo.
No entanto, também é fundamental fazer terapia acompanhada de médicos e psicólogos que ajudem a pessoa a desenvolver melhor sua autoestima e sensação de bem-estar. TDA e TDAH têm tratamento.
Fontes