Contêiner selado da última viagem à Lua será aberto

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Cientistas da Agência Espacial Europeia (AEE) ganharão um presente especial de Natal diretamente da Lua este ano. Eles terão a oportunidade de abrir um capsula selada a vácuo há 50 anos.

Foi o astronauta Gene Cernan, durante a missão Apollo 17, quem "embrulhou" amostras de solo e gases lunares em um cilindro de 70 centímetros. Ainda no espaço, a metade inferior do compartimento foi selada. Na Terra, todo o conjunto foi guardado em um câmara a vácuo, onde permanece nos últimos 50 anos.

Abridor de latas da Apollo. AEE irá usar equipamento especial para abrir amostras lunares de 50 anos atrás (Fonte: ESA/Reprodução)Abridor de latas da Apollo. AEE irá usar equipamento especial para abrir amostras lunares de 50 anos atrás (Fonte: ESA/Reprodução)Fonte:  ESA 

Os cientistas daquela missão espacial sabiam que a tecnologia avançaria e, por isso, guardaram parte das amostras para pesquisadores do futuro. Batizado de "abridor de latas da Apollo", um equipamento especial é capaz de abrir o contâiner sem permitir que escapem gases.

Trabalho conjunto

A nova tecnologia é resultado do trabalho colaborativo de diferentes pesquisadores. A empreitada marca a primeira vez que a agência europeia participa das análises de material da missão Apollo, acontecimento comemorado pela AEE.

“É um privilégio poder trabalhar com as preciosas amostras da antiga Lua, que testemunharam a história de nosso Sistema Solar, e fazer parte de um programa que pode ajudar a revelar seus segredos”, diz Francesca McDonald, cientista da AEE e líder do projeto de contribuição da agência para a pesquisa.

Francesca McDonald e Timon Schild, cientistas envolvidos no projeto, ao lado do "abridor de latas da Apollo" (Fonte: AEE/Reprodução)Francesca McDonald e Timon Schild, cientistas envolvidos no projeto, ao lado do "abridor de latas da Apollo" (Fonte: AEE/Reprodução)Fonte:  ESA 

Foram muitos desafios na criação do equipamento. Trabalhar com material lunar pressupõe regras rigorosas de higiene e desinfecção — a escolha de materiais também é muito importante, para evitar contaminar as amostras. Além disso, os pesquisadores contam apenas com informações de 50 anos atrás.

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“Algumas das características do recipiente da amostra eram simplesmente desconhecidas. Em suma, construir a ferramenta foi um desafio, mas também um projeto extremamente inspirador e gratificante de se trabalhar ”, diz Timon Schild, um dos responsáveis pelo projeto.

Análises das amostras 73002 da Lua. Agora cientistas irão abrir as amostras 73001 (Fonte: ESA/Reprodução)Análises das amostras 73002 da Lua. Agora cientistas irão abrir as amostras 73001 (Fonte: ESA/Reprodução)Fonte:  ESA 

Após a capsula ser aberta, o material será distribuído para laboratórios ao redor do mundo. Cada componente do gás analisado ajuda a contar uma parte diferente da história da Lua e do Sistema Solar. A esperança é encontrar substâncias como hidrogênio, hélio e outros gases leves.

Fontes

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