A NASA lançou na última sexta-feira (30 de julho) uma missão para estudar a coroa solar — misterioso envoltório luminoso do Sol constituído de plasma que libera material e energia ao espaço. Denominado MaGIXS (sigla para Marshall Grazing Incidence X-ray Spectrometer), o projeto conta com um espectrômetro de raios-X para ajudar cientistas a entenderem as razões de o fenômeno na atmosfera externa ser milhões de graus mais quente do que na superfície da estrela da Terra.
O instrumento, capaz de medir a intensidade da luz solar, foi lançado com sucesso a partir de um foguete suborbital no campo de teste de mísseis da plataforma White Sands, no Novo México. A missão é formada pelo aparelho de sondagem que leva junto um par de espelhos parabólicos de incidência rasante, bem como uma câmera de alta potência e um telescópio para analisar com mais detalhes um tipo de comprimento de onda das emissões.
“Nosso conhecimento dos mecanismos de aquecimento da coroa é limitado, em parte porque ainda não fomos capazes de fazer observações e medições detalhadas da distribuição de temperatura do plasma solar na região”, disse Amy Winebarger, líder da missão MaGIXS.
A missão MaGIXS da NASA tem o objetivo de estudar a coroa solarFonte: NASA/Reprodução
Dessa forma, o programa pode revelar os fatores que ocasionam nas diferenças de temperaturas entre a atmosfera externa e a superfície do Sol, processo considerado um dos maiores enigmas da astronomia e da astrofísica. Uma das hipóteses é a de que o fenômeno seja formado por uma série de explosões solares internas, pequenas e constantes — evento impulsivo denominado nanoflare, que superaquece regiões da coroa.
Outra explicação possível é que o aquecimento coronal ocorra por ondas, uma agitação solar interna que envia energia para a superfície — de onde são expelidas para aquecer a coroa. A expectativa da agência espacial é que o espectrômetro de raios-X faça as medições específicas de temperatura em diferentes partes de uma região ativa e forneça dados precisos sobre os mecanismos de superaquecimento do Sol.
Encarando o Sol
As informações recebidas também podem auxiliar na melhor compreensão e previsão de potenciais explosões solares e suas consequentes emissões de massa coronal. Na Terra, ejeções mais violentas já observadas podem interferir em satélites de comunicação e sistemas eletrônicos.
Winebarger destacou que a vantagem em lançar esse tipo de sonda está no fato de serem projetos menores e mais rápidos de se construir, em comparação com programas de grande escala da NASA. “Eles oferecem oportunidades científicas suborbitárias únicas, uma chance de desenvolver uma nova instrumentação inovadora e rápido retorno sobre o investimento”, comentou.
Além disso, a MaGIXS pode servir de teste para missões futuras mais específicas no Sol. Isso porque eventuais problemas em hardware e na transmissão de dados devem trazer experiência no contexto de exploração de locais inóspitos, em busca de sistemas espaciais mais resistentes e eficientes. A divulgação das descobertas está prevista para os próximos meses.
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