A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou nessa segunda-feira (10) a “suspensão imediata” da aplicação da vacina contra covid-19 da AstraZeneca nas mulheres grávidas. O produto vinha sendo usado em alguns estados para a imunização das gestantes com comorbidades.
Segundo a agência reguladora, a decisão foi tomada após o “monitoramento de eventos adversos” realizado sobre os imunizantes usados no país. A orientação é de que seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) a indicação da bula da vacina envazada no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Ainda conforme a nota da Anvisa, o uso off label da vacina (em situações não previstas na bula) deve ficar restrito aos casos avaliados por profissionais de saúde, levando em conta os riscos e os benefícios para o paciente. Vale ressaltar que a bula da vacina de Oxford não prevê o uso do produto em grávidas sem orientação médica.
A aplicação da CoronaVac e da Pfizer nas gestantes segue normalmente.Fonte: Unsplash
Desde abril, as gestantes e as puérperas (mulheres na fase pós-parto) foram incluídas no grupo prioritário do PNI, devido ao maior risco de hospitalização por covid-19. Além da vacina da AstraZeneca, também estão sendo utilizadas as fórmulas da Pfizer e da CoronaVac, que seguem sendo aplicadas normalmente neste público.
Posição da AstraZeneca
Em resposta à orientação dada pela Anvisa, a farmacêutica britânica esclareceu que as gestantes e as mulheres em fase de amamentação não participaram do ensaio clínico da vacina. No entanto, os estudos realizados em animais não apontaram “efeitos prejudiciais diretos ou indiretos” à gravidez ou ao desenvolvimento fetal, segundo a empresa.
Apesar disso, as autoridades locais estão seguindo a orientação da Anvisa em relação à suspensão do uso da vacina da AstraZeneca. Conforme levantamento do G1, a aplicação do produto nas grávidas foi paralisada em 22 estados, enquanto nos demais as gestantes estavam sendo imunizadas com doses da Pfizer para proteção contra o novo coronavírus.
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