A missão Marte 2020 da NASA, que pousou no Planeta Vermelho na última quinta-feira (18), tem um custo estimado em US$ 2,4 bilhões. Apesar da fortuna investida, os equipamentos enviados possuem hardware tão potente quanto o encontrado em celulares e computadores antigos.
O pequeno helicóptero Ingenuity, que será a primeira aeronave a realizar voo em outro planeta, é movido por um processador Snapdragon 801 e baseado na plataforma Snapdragon Flight para drones lançada em 2015 pela Qualcomm, de acordo com a PCMag.
Ele tem uma CPU de 2,26 GHz, câmera de navegação de 0,5 MP e lente frontal de 13 MP, sendo capaz de gravar em 4K e transmitir dados a 250 Kbps para o rover Perseverance, a até 800 metros de distância, utilizando um transmissor operado na frequência de 900 MHz.
O drone da NASA usa tecnologia de celulares de 2014.Fonte: NASA/Divulgação
Com essa ficha técnica, o Ingenuity possui especificações semelhantes às encontradas em smartphones lançados em meados da década passada. Alguns telefones com processamento parecido ao do helicóptero da NASA em Marte são o Samsung Galaxy S5, o LG G3 e o HTC One M8.
Perseverance: tão potente quanto um iMac de 1998
Já no rover que vai explorar o solo marciano há o processador PowerPC 750 de 200 MHz, acompanhado de 256 MB de memória RAM e 2 GB de capacidade interna de armazenamento, configuração semelhante à dos modelos da linha Apple iMac G3 de 1998, o iMac original.
O sistema operacional é o VxWorks, o mesmo do Ingenuity, e o Perseverance tem ainda equipamentos mais "modernos" a bordo, incluindo poderosos sensores, uma câmera de 20 MP e transmissores de sinal de rádio de longo alcance.
A utilização de tecnologia “antiga” é explicada pelo fato de a NASA definir a plataforma de hardware no início dos projetos e não modificá-la. Como os engenheiros levam décadas do conceito ao pouso, fica inviável usar componentes mais recentes nos equipamentos principais.
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