Um grupo de cientistas da Universidade de Southwestern, no Texas, Estados Unidos, descobriu uma proteína que pode ser usada para criar um tratamento contra a covid-19. Entre os acadêmicos que fizeram a descoberta está a cientista brasileira Beatriz Fontoura.
A pesquisa, que foi publicada no periódico científico Science Advances, analisa a proteína Nsp1: a molécula bloqueia as atividades dos genes que promovem a replicação viral do coronavírus.
“Quando um vírus infecta uma célula, a forma que a célula hospedeira reage é alterando o caminho (ou redes) de certa forma para neutralizar a infecção viral. Os vírus podem atingir muitas dessas vias para favorecer a própria replicação”, explicou a cientista brasileira, que é professora de biologia celular, ao site EurekAlert.
Nesse sentido, a Nsp1 foi escolhida após os pesquisadores avaliarem a proteína NS1 do vírus influenza. “Devido a algumas semelhanças entre a NS1 da gripe e a Nsp1 do coronavírus em seus papéis na supressão da resposta antiviral na célula hospedeira, decidimos testar se essas duas proteínas compartilhavam uma função semelhante”, disse Ke Zhang, que é o primeiro autor do artigo científico.
A proteína Nsp1 pode ser a chave para o desenvolvimento de um tratamento da covid-19
O trabalho dos acadêmicos agora tenta verificar com mais profundidade como a Nsp1 altera a replicação viral. Se a capacidade de a proteína bloquear a multiplicação do coronavírus for atestada, a tendência é que esse mecanismo seja usado para funções terapêuticas, incluindo a criação de novos tratamentos contra a covid-19.
“A pesquisa é promissora, mas para desenvolver terapias no futuro, primeiro nós precisamos entender melhor esse mecanismo”, finalizou o pesquisador Ke Zhang.
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