A China iniciará nos próximos meses o projeto de construção da própria estação espacial, a fim de aumentar sua capacidade de voo e exploração espacial. De acordo com o site SpaceNews, a Academia Chinesa de Tecnologia de Veículos de Lançamento (CALT) está em fase final do projeto para lançar foguetes tripulados com o primeiro módulo da instalação orbital da Terra, uma nave de carga e uma de reabastecimento.
A proposta é promover 11 missões (em andamento desde 1992) e estabelecer uma presença tripulada de longo prazo na órbita do planeta. Apesar de a data de lançamento não ter sido revelada, as operações estão previstas para 2022.
“Em breve concluiremos a construção da primeira estação espacial orbital tripulada de longo prazo da China, atingindo níveis mundiais avançados. Será onde realizaremos pesquisas científicas espaciais em larga escala”, disse Zhou Jianping, projetista chefe do programa de voo espacial humano da China em entrevista à rede de televisão local.
Arte conceitual da estação espacial da China.Fonte: Space/Reprodução
“Acreditamos firmemente que ele terá um papel importante na vanguarda da exploração científica da humanidade e no desenvolvimento de nossa tecnologia espacial”, completou. A própria estação espacial pode ser expandida de três para seis módulos. Segundo o cientista, a tripulação da missão já foi selecionada, mas só será divulgada pouco antes do lançamento.
Planejamento de logística
De acordo com a Administração Espacial Nacional da China (CMSA), o principal módulo da futura estação está em fase final na fábrica localizada na cidade portuária de Tianjin. Em seguida, todos os componentes serão transportados para o Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na costa nordeste da Ilha de Hainan, de onde partirão rumo a seu destino.
O módulo Tianhe também servirá de alojamento para três astronautas durante 6 meses com um hub de encaixe e controlará a órbita e a altitude da estação. Em 2022, o país planeja enviar um telescópio espacial similar ao Hubble, chamado Xuntian, para se juntar à futura estação espacial, assim como auxiliar em possíveis manutenções e reparos.
Módulo Tianhe.Fonte: SpaceNews/Reprodução
Uma vez em órbita, o módulo Tianhe será visitado pela espaçonave de carga Tianzhou-2, versão melhorada da primeira lançada em 2017, para testar as tecnologias essenciais para a viabilidade da missão. Durante experimentos, ela apresentou sucesso em uma série de equipamentos, manobras de atracação e abastecimento automático em microgravidade no laboratório espacial Tiangong-2.
A agência de voos espaciais recentemente solicitou, até 28 de fevereiro, propostas técnicas de transporte de carga para o posto avançado orbital. Os principais requisitos são que a entrega da carga ofereça capacidade de até 4 toneladas e possibilidade de remoção dos resíduos da estação, com retorno de fácil rastreamento e recuperação, o que seria necessário para evitar detritos espaciais e gerar custos de transporte alinhados aos níveis internacionais.
A oferta será para entidades do setor espacial de propriedade estatal, mas estará aberta a participantes externos, indicando um cenário de promoção da comercialização de suas atividades espaciais, já que o objetivo é dispor de um sistema flexível, eficiente, diversificado e de baixo custo.
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