O asteroide Apophis precisará ser acompanhado de perto pelos astrônomos nos próximos anos, já que a sua órbita tem sido alterada ao longo do tempo, podendo aumentar os riscos de colisão com a Terra. O alerta foi dado em um novo estudo, divulgado em outubro.
Segundo o astrônomo da Universidade do Havaí David Tholen, autor principal da pesquisa, a rocha espacial está se afastando da sua órbita prevista anteriormente, em torno de 170 metros a cada ano. A mudança de trajetória tem sido causada pelo efeito Yarkovsky, um tipo de aceleração gerada pelos raios solares, que pode dar um “pequeno empurrão” no corpo celeste.
Esse impulso solar no Apophis não foi levado em consideração nos cálculos anteriores, que mostraram um baixo risco de colisão do asteroide com a Terra em 2068 — probabilidade de 1 em 150 mil. Mas com essa nova descoberta, as chances podem mudar: “O cenário de impacto em 2068 ainda está em jogo”, comentou Tholen.
Em 2029, o Apophis chegará perto da Terra, mas não é preciso se preocupar com uma colisão, segundo os astrônomos.Fonte: NASA/Divulgação
Para ele, os astrônomos devem ficar ainda mais atentos em relação ao corpo celeste, a partir de agora, pois a aceleração parece ser particularmente forte. “Precisamos rastrear esse asteroide com muito cuidado”, disse o especialista, que integrou a equipe responsável por descobrir o Apophis, em 2004.
Chance de observação em 2029
Uma boa oportunidade de olhar essa rocha espacial bem de perto acontecerá no final desta década, quando o Apophis se aproximará da Terra, chegando a uma distância segura e sem riscos de colisão. Ele estará tão próximo ao planeta que poderá ser visto a olho nu.
De acordo com Tholen, a maior aproximação está prevista para a sexta-feira, 13 de abril de 2029. Ele acredita que equipamentos como o radiotelescópio de Arecibo oferecerão uma visão bastante detalhada da superfície e do formato do Apophis, ajudando a prever possíveis cenários de impactos futuros.
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