Nesta segunda-feira (28), cientistas publicaram um artigo que relata a possível existência de lagos subterrâneos em Marte. A descoberta foi feita por meio do uso de dados da sonda Express, da Agência Espacial Europeia (European Space Agency, ESA, em inglês), em órbita em Marte. O artigo colabora com a observação de água no planeta, que ocorreu entre 2012 e 2015, mas carecia de evidências, segundo cientistas.
Rover Spirit em Marte. (Fonte: Nasa, Pexels / Reprodução)Fonte: NASA
"Nós identificamos o mesmo corpo de água, mas nós também encontramos três outros corpos de água em volta do primeiro," comenta a cientista planetária, coautora do artigo, Elena Pettinelli da Universidade de Roma. "É um sistema complexo," conclui ela.
O time de cientistas usou uma ferramenta presente na sonda Express, chamada de Radar Avançado para Reconhecimento Sonoro de Subsuperfícies e Ionosfera (Mars Advanced Radar for Subsurface and Ionosphere Sounding, MARSIS, em inglês), para efetuar testes no polo sul do planeta. A ferramenta funciona enviando ondas de rádio em determinadas regiões e revela, pela maneira que são refletidas, que tipo de material se trata.
Os testes revelaram os lagos, com tamanho em cerca de 75 mil quilômetros quadrados — uma área que equivale a 1/5 da área da Alemanha. O maior lago possui 30 quilômetros de largura e é cercado por três outros lagos menores, com tamanho também em alguns quilômetros.
Vida extraterrestre
O time de cientistas avalia que a água presente no subterrâneo de Marte pode ser remanescente dos possíveis oceanos, hoje extintos, no planeta. Eles também especulam que os corpos de água podem ser berços de vida primordial, contudo, o possível teor salgado da água — sobretudo devido à temperatura — pode ser um grande empecilho: "De um ponto de vista térmico, ela [água] precisa ser salgada," comenta Pettinelli.
Porém, ainda com os relatos, a descoberta ainda é contestada. Os principais argumentos contra se baseiam na ausência de uma fonte térmica para transformar a água, que deveria estar no estado congelado, em líquido e, se for o caso, seria mais uma espécie de lama primitiva do que realmente água como é conhecida.
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