Pesquisadores do Breakthrough Listen, iniciativa para encontrar sinais de vida inteligente no Universo, e especialistas do Centro de Astrofísica Jodrell Banks, da Universidade de Manchester, conseguiram ampliar a lista de estrelas com alguma chance de iluminar sistemas planetários com vida inteligente. O número saltou de 1.327 para 288.315.
O projeto busca assinaturas de rádio tecnológicas, sinais de rádio que possam ter origem não natural, vindos de civilizações tecnicamente avançadas o bastante para usar ondas de rádio em sistemas de comunicação (não é possível detectar civilizações sem tecnologia).
Para expandir a busca, os astrofísicos Bart Wlodarczyk-Sroka e Michael Garrett e Andrew Siemion, diretor do programa SETI da Universidade de Berkeley, usaram o catálogo da missão Gaia, um radiotelescópio espacial da Agência Espacial Europeia (ESA) que está criando um mapa tridimensional de estrelas ao longo da Via Láctea, para recalcular os limites da prevalência de transmissores em torno de estrelas dentro do campo de visão do radiotelescópio.
Menos de 0,04% como nós
O passo seguinte foi selecionar estrelas muito mais distantes, a cerca de 33 mil anos-luz, ampliando o catálogo original mais de 200 vezes. Entre as aquisições, 196 estrelas estão mais perto que os 160 anos-luz da amostra original; a maioria está além desse limite.
"Menos de 1 em 1.600 estrelas mais próximas do que 330 anos-luz hospeda transmissores muito mais poderosos do que o radar terrestre mais potente", disse Wlodarczyk-Sroka. Menos de 0,04% dos sistemas estelares hospedariam civilizações avançadas com a tecnologia de rádio igual ou ligeiramente superior à dos seres humanos do século 21.
Com mais dados, foi possível estabelecer novos limites na prevalência de assinaturas de rádio tecnológicas e incluir mais categorias de estrelas, como gigantes vermelhas e anãs brancas. "Esse trabalho mostra o valor de combinar dados de diferentes telescópios. Expandir nossas observações para cobrir 220 vezes mais estrelas teria exigido um investimento significativo em tempo de uso de telescópios, sem mencionar os recursos de computação para realizar a análise", disse Siemion.
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