Cientistas da Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha, realizaram experimentos com estruturas inanimadas que reforçam a teoria de que a vida terrestre foi originada no subsolo. Em suas pesquisas, descobriram estratégias desenvolvidas por esses organismos que podem ter sido responsáveis pela sobrevivência das espécies.
Christian Mayer e Ulrich Schreiber simularam fendas cheias de água localizadas nas entranhas da Terra, assim como fontes geotérmicas, e criaram e desintegraram 1.500 gerações de vesículas celulares – semelhantes às presentes no início dos tempos, que enfrentaram temperaturas de 40 a 80 °C e altos níveis de pressão na sopa primordial (uma mistura teórica de compostos orgânicos que pode ter dado início à vida no planeta).
Após os estudos, ambos verificaram que várias delas sobreviveram por terem absorvido determinadas proteínas contidas no ambiente.
Condições do ambiente terrestre há 3,8 bilhões de anos era realmente difíceis.Fonte: Divulgação
Como resultado, as “heroínas” se tornaram mais estáveis e menores, características que as tornaram forte o suficiente para explorar a superfície. Além disso, suas membranas se tornaram mais permeáveis. Mesmo que algumas fossem destruídas, as gerações seguintes carregavam novas proteínas adotadas pelas anteriores, como ocorre na herança genética.
“Concluímos, desta maneira, que tais vesículas foram capazes de compensar a pressão destrutiva atuando sobre elas”, explica Mayer.
Mistério da vida
Schreiber ressalta que as simulações foram realizadas em time lapse aplicado a bilhões de anos atrás, considerando que o período em que se suspeita que tudo tenha começado por aqui seja esteja cerca de 3,8 bilhões de anos distante de nós. Mayer complementa: “Supomos, também, que esse tipo de evolução molecular ocorreu paralelamente a outros mecanismos”.
Todos os detalhes dessa jornada serão publicados ainda em julho, em um livro chamado The First Cell—The Mystery Surrounding the Beginning of Life (A primeira célula – O mistério que cerca o início da vida, em tradução livre). Só nos resta saber o que ocorreu depois para que chegássemos onde estamos hoje. Só isso.