Ciência

Governo libera uso da cloroquina em casos leves de covid-19

Com o novo protocolo do Ministério da Saúde, os médicos do SUS podem usar o medicamento desde que haja autorização do paciente

em 20/05/2020, 10:30
Governo libera uso da cloroquina em casos leves de covid-19

Fonte:  Pixabay 

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Nesta quarta-feira (20), o Ministério da Saúde divulgou um novo protocolo para o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus internados na rede pública de saúde. A partir de agora, os remédios podem ser indicados até mesmo para os casos mais leves da doença.

O protocolo anterior em vigor previa a aplicação somente nos casos mais graves de covid-19, com a recomendação de doses diárias que podiam chegar a 900 miligramas e utilização somente em ambiente hospitalar, devido aos riscos. Com a mudança, foi liberada a prescrição de doses diárias de 450 mg de cloroquina em conjunto com o antibiótico azitromicina assim que surgirem os primeiros sintomas da doença — o Ministério listou, inclusive, quais seriam os sinais iniciais: febre, tosse e dor de cabeça.

Estudos ainda não demonstraram a eficácia da cloroquina no combate à covid-19.Estudos ainda não demonstraram a eficácia da cloroquina no combate à covid-19.

De acordo com o novo protocolo da pasta, a recomendação é para que os pacientes com sintomas leves de covid-19 tomem a cloroquina durante 14 dias. No primeiro dia do tratamento, é indicado o uso dobrado da dose que será aplicada nas datas seguintes.

Paciente precisa autorizar uso da medicação

O novo protocolo para tratamento da covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS) mantém a necessidade de autorização do paciente para o uso do remédio. No termo de consentimento, a pessoa é informada de que não há garantias de resultado positivo e da inexistência de estudos científicos confirmando a efetividade da cloroquina para combater o coronavírus.

O termo ainda ressalta a possibilidade de o remédio causar efeitos colaterais graves nos pacientes, inclusive levando à disfunção de órgãos e ao prolongamento da internação. Outros riscos mencionados pelo Ministério são incapacidade temporária ou permanente e óbito.

Ao assinar o documento, o paciente aceita o risco de tomar a cloroquina por "livre iniciativa", segundo o governo.

Com relação à hidroxicloroquina, que também é citada no termo, trata-se de uma variação do medicamento, com formulação diferente, mas benefícios clínicos parecidos. Já a azitromicina é um antibiótico utilizado no tratamento de infecções respiratórias.

Legenda Corona

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Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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