Um estudo preliminar realizado por pesquisadores do laboratório nacional Los Alamos, nos Estados Unidos, sugeriu a existência de uma nova mutação do novo coronavírus. Esta mais infecciosa do que a surgida em Wuhan, na China, onde teve início a pandemia.
No artigo publicado na revista bioRxiv, no dia 30 de abril, os autores confirmaram ter analisado 6 mil amostras de todo o mundo para chegar à conclusão de que a mutação, identificada como D614G, tornou-se a cepa dominante entre as 14 descobertas. Ela apresenta uma alteração na proteína spike, parte utilizada pelo vírus para invadir as células, que seria capaz de fazê-la crescer mais rapidamente.
Os pesquisadores afirmam que essa nova cepa infectou muito mais pessoas do que as demais, sendo a única a prevalecer em alguns países. “O D614G está aumentando em frequência a uma taxa alarmante, indicando uma vantagem de aptidão em relação à tensão original de Wuhan, que permite uma propagação mais rápida”, dizem os autores.
A mutação pode interferir no desenvolvimento de vacinas.Fonte: Pexels
Segundo a bióloga computacional de Los Alamos e principal autora do estudo, Bette Korber, a descoberta é preocupante, pois se o Sars-CoV-2 for realmente capaz de sofrer mutações em grande velocidade, será mais difícil encontrar uma vacina eficaz para a covid-19.
Especialistas discordam
Depois que a descoberta foi publicada, vários especialistas repercutiram os resultados apresentados. Um deles foi um professor da Escola de Saúde Pública de Harvard Bill Hanage. Pelo Twitter, ele disse acreditar que a mutação D614G se espalhou por puro acaso e não por apresentar características mais infecciosas: “não se trata do vírus, é do meio ambiente e das oportunidades de transmissão”, afirmou o acadêmico.
Angela Rasmussem, virologista da Universidade de Columbia, também se mostrou cética. Para ela, não há evidências consistentes de que a nova cepa tenha-se tornado dominante por ser mais contagiosa. Ela criticou ainda a falta de testes conclusivos por parte dos autores da pesquisa.
Vale ressaltar que o estudo ainda não foi revisado pela comunidade científica.
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