Dineobellator notohesperus. Esse é o nome – difícil de pronunciar! – dado a um novo dinossauro descoberto no Novo México, nos EUA, por paleontólogos do Museu Estadual da Pensilvânia. A criatura, prima dos famosos Velociraptores, pertence à família Dromaeosauridae de répteis terópodes que viveram entre o Jurássico e Cretáceo, ou seja, entre 145 milhões e 65 milhões de anos atrás. Já o fóssil estudado faleceu há por volta de 70 milhões de anos, possivelmente em decorrência do ataque de outro dinossauro.
Predador formidável
De acordo com os cientistas que analisaram os fósseis – descobertos durante escavações conduzidas em 2008 –, o D. notohesperus media aproximadamente 2 metros de comprimento, cerca de 1 m de altura na altura do quadril, tinha entre 18 e 22 quilos de peso e era quase exclusivamente carnívoro. Além disso, os ossos do animal revelaram que ele era dotado de bracinhos curtos e fortes, garras em formato de ganchos com quase 10 centímetros de comprimento, garras nos “pés”, cauda ágil que provavelmente era usada em ataques contra as suas presas e o corpo coberto de penas.
Nova espécieFonte: Smithsonian.com / Steven Jasinski / Reprodução
Dadas as características físicas do dinossauro, os paleontólogos acreditam que o animal usava suas musculosas patas superiores e inferiores para agarrar seus “almoços” e, no caso do exemplar descoberto, seus ossos revelaram algo mais...
Os pesquisadores identificaram uma fratura em uma das costelas da criatura já recalcificada que indica que o pequeno dinossauro saiu com vida de um embate com outro animal. Ademais, foi encontrado um ferimento bastante significativo em um dos bracinhos, infligido pouco antes ou logo que o réptil morreu.
Parte dos fósseis estudadosFonte: Smithsonian.com / Steven Jasinski / Reprodução
Aliás, foi essa natureza (possivelmente) agressiva do dinossauro que inspirou seu nome, Dineobellator notohesperus, que consiste em uma combinação da palavra Diné, do navajo, que significa Povo Navajo – em referência aos indígenas que ocupavam a região –, com Bellator, que significa Guerreiro em latim. Já o “sobrenome” da criatura foi inspirado nas palavras gregas Noto e Hesper para Sul e Oeste, respectivamente, fazendo alusão ao Sudoeste dos EUA, onde fica o Novo México.
Teorias
Segundo teorizam os paleontólogos, caso os D. notohesperus vivessem em bandos, tal como outros dinossauros da mesma família, é possível que eles caçassem em grupos e, desta forma, fossem capazes de atacar presas bem maiores do que eles. Os cientistas também suspeitam que esses animais eram bastante rápidos e ágeis, o que faria deles predadores notáveis.
Primos ilustresFonte: Smithsonian.com / Steven Jasinski / Reprodução
Já com relação a como o indivíduo estudado recebeu o ferimento, os pesquisadores pensam que pode ter sido de outro dinossauro da mesma espécie. De acordo com esse raciocínio, supondo que os D. notohesperus vivessem em grupos, pode que eles brigassem entre si e que o ferimento tenha ocorrido por conta da competição por comida, por companheiros de acasalamento ou até que rolasse canibalismo entre os animais.
Paleontólogos que examinaram o estudo alertaram que ainda é cedo para se apresentar teorias como essas acima, relacionadas com o comportamento e força dos D. notohesperus, e que é necessário aprofundar as pesquisas e encontrar mais fósseis – preferencialmente mais completos. Ainda assim, a descoberta da nova espécie foi recebida com bastante animação pela comunidade científica.
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