A comunidade de terraplanistas tem crescido nos últimos anos no Brasil. Apesar de essa ideia ter sido refutada há aproximadamente 2 mil anos pela ciência, uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada em meados de 2019 revelou que 7% dos brasileiros acreditam nessa ideia.
Isso significa que, aproximadamente, 11 milhões de pessoas se declararam adeptas ao terraplanismo no país. A pesquisa entrevistou 2.086 pessoas em 103 cidades no início de julho do ano passado. Entre a população mais escolarizada, o número de terraplanistas sobe para 10%.
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A Sociedade da Terra Plana, criada em 1956 pelo britânico Samuel Shenton, ficou conhecida mundialmente através da internet muitos anos após sua criação. Em resumo, seus membros acreditam que a superfície da Terra é plana e que o planeta está parado no espaço — ou seja, não há rotação ou translação.
Os terraplanistas não param por aí: com proporções indefinidas, a Terra seria achatada com bordas formadas por gelo (isso seria a Antártida). Segundo os membros da comunidade, se a Terra fosse esférica, seria possível ver sua curvatura de um avião.
"Para perceber a curvatura, seria necessário o dobro da altitude de um voo comercial, a 20.000 metros", explicou o astrônomo da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Costa, à AFP. "Sabe-se que a Terra não é plana, seguramente, desde Galileu, desde o começo do século XVII, mas os gregos já sabiam isso há mais de 2.000 anos", afirma o cientista.
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No Brasil, a ideia de Terra Plana tem ganhado cada vez mais visibilidade. Entre outros famosos, o escritor Olavo de Carvalho, guru do Presidente Jair Bolsonaro, já se mostrou simpático à ideia em suas redes sociais. Além disso, em novembro do ano passado, o Brasil sediou seu primeiro Flat Con (Convenção Nacional da Terra Plana). O evento, que ocorreu em São Paulo, teve seu local alterado para comportar as centenas de inscritos.
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