Uma equipe de pesquisadores está trabalhando para conseguir identificar, através de imagens de satélite, corpos de baleias encalhadas. A técnica utiliza aprendizado de máquina para encontrar as carcaças dos animais com mais facilidade e precisão.
O time, liderado por Peter Fretwell, da British Antarctic Survey, analisou imagens de satélites para identificar se determinada forma correspondia ou não a uma baleia. Nos casos em que havia certeza, a foto passou por um processo de análise dos comprimentos das ondas de luz que apareciam nas fotos.
"É importante aproveitar os avanços tecnológicos humanos para fazer um trabalho melhor, para entender e proteger o mundo natural", disse Jennifer Jackson, filogeneticista molecular da British Antarctic Survey, ao Gizmodo.
A pesquisadora destacou as vantagens que imagens de satélite podem oferecer e explicou que, quando o monitoramento é feito dessa maneira, é possível conseguir os dados assim que o animal é identificado, antes que as carcaças possam ser movidas por forças naturais. Outro ponto positivo é que os registros podem auxiliar a identificar as causas de morte das baleias.
Agilidade e precisão
Pesquisas como essa podem ajudar a entender alguns fenômenos, como o ocorrido no Chile em 2015. Na ocasião, ao menos 343 baleias foram encontradas mortas na costa do país. A descoberta dos corpos aconteceu por acaso, durante um voo de pesquisa sobre uma região remota e acidentada, algum tempo depois de os animais encalharem. Com isso, foi difícil entender o que causou a morte de tantos indivíduos.
Agora, com os satélites ajudando na localização dos cetáceos, os pesquisadores podem chegar ao local assim que o corpo for detectado. Para o diretor-executivo do Centro de Estudos Avançados de Zonas Áridas no Chile, Carlos Olavarría, quanto antes se chega às carcaças, mais fácil é para entender a causa da morte.
"É pouco usual que haja muitas baleias morrendo em apenas um lugar específico", explicou Olavarría ao Gizmodo. "Isso nos diz que há algo acontecendo em todo o ambiente. Precisamos estar mais próximos do momento que esses animais morrem, de modo que possamos saber o que está acontecendo em todo o ambiente ao redor deles".
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