O governo de Donald Trump nos Estados Unidos está aumentando a pressão para que a NASA leve humanos à Lua novamente. O assunto foi pauta de recente discurso do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, durante um evento no Space Flight Center da NASA em Huntsville, Alabama. Na ocasião, ele adiantou o cronograma dessas missões para 2024. A agência espacial tinha como meta começá-las somente em 2028.
“Agora chegou a hora de fazermos o próximo ‘salto gigante’ e retornar astronautas americanos à Lua, estabelecer uma base permanente lá”, disse o representante. Pence também fez duras críticas à agência espacial e disse esperar mais de sua atuação para que a nova meta seja atingida.
No caso, ele se referiu diretamente às despesas e gestão de orçamento com os projetos do foguete Space Launch System (SLS) e da cápsula Orion. Ambos estão sendo desenvolvidos há anos para iniciarem explorações espaciais por parte do país.
Fonte: reprodução/NASA.
Pence disse que a NASA deveria administrar melhor o dinheiro público e repensar formas de acelerar esses projetos, considerando novas “alternativas comerciais”, se necessário. Aqui, o vice-presidente parece referir-se à SpaceX e Blue Origin, empresas que estão conduzindo os trabalhos nesse sentido.
O tempo para que o SLS e a Orion tragam resultados concretos foi um dos pontos mais destacados por ele: “isso não é bom o suficiente. Nós somos melhores que isso. Levamos oito anos para chegar à Lua na primeira vez, há 50 anos, quando nunca havíamos feito isso antes, e não nos levaria 11 anos para voltar.”
Para que a exploração lunar norte-americana avance, também é necessário que a NASA comece a construção da Estação Espacial Gateway, que deve ficar orbitando ao redor do satélite. A agência, até então, pretendia iniciar seu desenvolvimento somente em 2022. Ela deve ser usada para levar cargas e desembarcar astronautas durante essas atividades.
Pressão do Governo Trump tem a ver com explorações da China
O posicionamento da administração Trump tem total sentido diante do fato de que faz 47 anos que um astronauta norte-americano pisou no satélite. Além disso, a alteração do cronograma está fortemente relacionada aos avanços da China na exploração espacial. O país asiático enviou recentemente um rover para explorar a superfície lunar e teve o maior número de lançamentos espaciais bem-sucedidos em 2018.
Conceito de exploração lunas no futuro. Fonte: reprodução/ NASA.
O tema, inclusive, foi comentado pelo vice-presidente durante o discurso, que também reforçou a dependência da Rússia em missões até a Estação Espacial Internacional, já que esse país tem sido o único responsável por conduzir astronautas até o laboratório. “A Rússia cobra dos Estados Unidos mais de US$80 milhões por assento toda vez que um astronauta americano viaja para a Estação Espacial Internacional”, declarou. Apesar das críticas e pressões, Pencer não falou sobre fundos orçamentários públicos para que essas operações avancem conforme o solicitado.
O que a NASA pensa disso?
Um pouco depois do pronunciamento de Mike Pencer, a NASA fez uma publicação oficial, comunicando que a agência está à altura do desafio de levar a humanidade à Lua em cinco anos.
O texto ainda indica que Jim Bridenstine, atual gestor da NASA, já iniciou os primeiros passos para que o plano seja concretizado. No post, também é dito que serão usados “todos os meios necessários” para que a missão seja feita com sucesso nesse prazo.
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