Danos na medula espinhal podem levar uma pessoa a perder os movimentos das pernas permanentemente. Há décadas, o mundo espera da ciência e da tecnologia perspectivas de tentar reverter esta perspectiva. Agora parece que cientistas finalmente conseguiram avançar neste sentido. Um novo estudo realizado com pacientes que sofreram danos severos na medula espinhal mostrou que três deles conseguiram obter progressos impressionantes com uma técnica chamada Estimulação Elétrica Epidural (EES, de Epidural Electrical Stimulation).
Não se trata exatamente de uma nova tecnologia, na verdade vem sendo analisada há décadas como uma abordagem para lidar com paralisia. Mas somente neste ano é que eles passaram a ser aplicados em seres humanos com resultados similares ao que vinha sendo visto em testes em animais.
Conforme apontam os resultados publicados em um artigo na revista Nature e Nature Neuroscience, o estudo permitiu que os pacientes recuperassem a habilidade de andar em diferentes níveis e progrediram consideravelmente nas sessões de fisioterapia aplicadas, melhorando a mobilidade de maneira geral.
É uma técnica que vinha se apresentando como demorada e os resultados começavam a aparecer nos pacientes participantes do estudo depois de intensa reabilitação. Agora, no entanto, as equipes lideradas pelos pesquisadores Grégoire Courtine e Jocelyne Bloch reportou que começou a ver resultados com apenas alguns dias de tratamento.
Funcionou assim com David Mzee, cuja perna esquerda esteve paralisada desde 2010. "É uma sensação maravilhosa. Eu consigo estender o joelho da minha perna esquerda, flexionar minhas costas e até mesmo mover meus dedos do pé".
Veja o vídeo que mostra o caso de David e como funciona a aplicação da técnica:
Para conseguir o resultado esperado mais rapidamente, os cientistas implantam um dispositivo que emite um sinal elétrico para a medula espinhal. A ideia é que esse sinal elétrico substitua a conexão perdida quando um dano prejudica a comunicação entre a medula e o cérebro.
Agora, os cientistas estão conseguindo mapear o padrão de ativações destes sistemas elétricos e reproduzi-los com precisão. "Todos os pacientes poderiam andar usando o suporte de peso corporal dentro de uma semana", comemorou Blotch.
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