O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma doença bastante difícil de diagnosticar, devido à sua ampla gama de sintomas, que inclui, principalmente, dificuldade nas interações sociais e na comunicação, com limitações na fala e comportamentos compulsivos e/ou repetitivos; hiperatividade, ansiedade e problemas de adaptação a novos ambientes. Agora, uma pesquisa realizada na Universidade de Warwick, em Coventry, na Inglaterra, promete dar mais luz ao assunto, com a ajuda do uso de algoritmo e inteligência artificial (IA).
O resultado das análises no foi considerado pelos especialistas como o melhor do que qualquer método existente
Uma equipe da Universidade de Warwick trabalhou ao lado de colaboradores da Universidade de Bolonha, na Itália, que recrutou 38 crianças diagnosticadas com TEA juntamente com um grupo controlado de outros 31 garotos e garotas de idades entre 5 e 12 anos. Foram realizadas análises em amostras de sangue e urina de todos os participantes.
O pessoal de Warwick descobriu diferenças químicas nessas coletas e, com a ajuda de um profissional da Universidade de Birmingham, as mudanças encontradas em vários compostos foram combinadas a partir de um algoritmo treinado com IA. O objetivo foi desenvolver uma equação matemática para distinguir o TEA das avaliações saudáveis. O resultado foi considerado melhor do que qualquer método existente.
O que eles encontraram?
Os cientistas descobriram uma ligação entre o TEA e os danos em proteínas no plasma sanguíneo. Os pequenos com exame positivo apresentaram níveis mais elevados de oxidação do aminoácido tirosina e certos compostos modificados com açúcar, denominados “produtos finais de glicação avançada”.
Acredita-se que causas genéticas sejam responsáveis por cerca de um terço dos casos de TEA, enquanto o resto é causado por uma combinação de fatores ambientais, mutações e variantes genéticas raras. No entanto, essa novidade pode facilitar a identificação e mais: com isso foi confirmada a crença de que as mutações de transportadores de aminoácidos são uma variante genética associada ao TEA.
O teste tem potencial para melhorar a precisão do diagnóstico para aproximadamente 90%
O próximo passo agora é repetir esse mesmo estudo com outros conjuntos de crianças e confirmar o bom desempenho do diagnóstico. Outras perguntas a serem respondidas são se o teste poderia identificar o TEA em estágios muito precoces, se é possível projetar como ele se desenvolverá para doenças mais graves e se os tratamentos aplicados aos pacientes realmente estavam funcionando.
"Esperamos que nosso teste possa melhorar a precisão do diagnóstico de TEA dos atuais 60% a 70% atualmente alcançados por especialistas em transtornos neurológicos para aproximadamente 90%. Isso possivelmente poderá ser oferecido em todos os hospitais bem equipados com ou sem conhecimentos de alto nível em transtornos neurológicos”, destacou ao Gizmodo a líder do projeto, a bióloga Naila Rabbani, que publicou um artigo sobre o assunto no periódico especializado Molecular Autism.
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