O famoso telescópio espacial Hubble mudou a visão da humanidade em relação ao espaço em proporções nunca antes imaginadas. Ele nos permitiu enxergar centenas de novos mundos que, até então, não estavam ao alcance dos nosso olhos e equipamentos montados aqui na Terra. Sem dúvida, este foi o telescópio que mais contribuiu para a exploração do cosmos até hoje. Contudo, o Hubble pode estar com seu destino selado: cair na Terra por volta de 2030.
Isso deve acontecer porque o telescópio está em uma órbita decadente, como praticamente todos os satélites e outros equipamentos artificiais em volta do nosso planeta. A cada volta que o Hubble completa na Terra, os resquícios da nossa atmosfera que ainda podem ser verificados a 568 km de altitude — na qual o Hubble permanece no momento — o desviam vagarosamente em direção ao planeta.
Não é possível ter uma previsão mais certeira do que pode acontecer até 2030
Como esse efeito só pode ser notado no longo prazo, não é possível ter uma previsão mais certeira do que pode acontecer até 2030, mas os cálculos mais confiáveis apontam para uma queda descontrolada na metade da década em questão. Como o Hubble é grande, ele não se desintegraria na atmosfera. Em vez disso, o artefato deve se despedaçar em várias partes menores, que podem atingir o solo em literalmente qualquer lugar do mundo.
Contudo, um evento como esse não é exatamente incomum. Conforme noticiamos nesta semana, a agência espacial chinesa tem uma antiga estação espacial nas mesmas condições do Hubble, em órbita decadente, mas em um estágio muito mais acelerado e sem volta. Ela deve cair na Terra até abril do ano que vem.
Astronautas realizando a última manutenção do Hubble, em 2009
No caso do Hubble, entretanto, ainda há esperança. Se a NASA conseguir enviar uma missão de manutenção ao telescópio, sua órbita pode ser corrigida e alguns equipamentos, trocados. No entanto, a agência espacial norte-americana não tem mais o seu programa dos ônibus espaciais. Atualmente, astronautas americanos vão ao espaço usando cápsulas Soyuz russas.
Por conta disso, não existem planos traçados no momento para corrigir a órbita do Hubble e, caso nada seja feito nos próximos anos, ele de fato vai cair e deixar a humanidade órfã de sua principal janela para o infinito e além.
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