Robôs estão cada vez mais inteligentes e, longe daquilo que a literatura de ficção científica distópica nos diz, eles podem ter uma atuação bastante positiva em meio aos seres humanos. E uma prova disso vem do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde um robô consegue transitar em meio a diversas pessoas sem trombar em ninguém.
A máquina é dotada de uma espécie de “navegação socialmente consciente” que permite a ela identificar os objetos que passam diante de seus sensores. É assim que o robô identifica pedestres e outros objetos para se movimentar entre eles de forma sutil, na mesma velocidade dos demais pedestres e sem esbarrar em ninguém, algo que pode ser muito útil para diversas aplicações envolvendo esse tipo de ferramenta.
“A navegação socialmente consciente é uma capacidade central para robôs móveis operando em ambientes que requerem com frequência a interação com pedestres”, informou o pesquisador responsável pelo projeto Yu Fan “Steven” Chen. “Por enquanto, robôs pequenos poderiam operar em calçadas para entregar comidas e pacotes. Da mesma forma, dispositivos pessoais de mobilidade poderiam transportar pessoas em espaços grandes e cheios de gente, como shoppings, aeroportos e hospitais.”
Soma de desafios
Segundo o MIT, um robô que vai se locomover de forma autônoma em um ambiente populoso precisa resolver quatro desafios: descobrir a sua localização, perceber o ambiente ao seu redor, planejar a sua movimentação e ter controle sobre a realização de um trajeto. É a combinação de todas essas respostas que vão dar precisão à realização da tarefa.
Para solucionar a questão da localização e da percepção, os pesquisadores utilizam ferramentas convencionais. Já para que a pequena máquina possa planejar e controlar a sua movimentação, ela conta com uma série de webcans, sensores de profundidade e ainda um sensor tipo LiDAR, que usa feixes de laser para mapear o ambiente e é normalmente utilizado por carros autônomos.
Prevendo o próprio caminho
O grande desafio, informam os pesquisadores, é a parte de planejar o movimento a ser feito. Isso porque a máquina precisa descobrir sozinha o melhor trajeto depois de se localizar e de perceber tudo o que há ao seu redor. Assim, a solução encontrada foi fazer com que o robô se adaptasse ao fluxo e à velocidade média realizada pelos demais pedestres ao seu redor.
Basicamente, os engenheiros do MIT usaram aprendizagem por reforço, uma técnica de aprendizagem de máquina na qual o robô é treinado por meio de simulações para levar tais ações em conta na hora de decidir qual o melhor caminho para seguir. Além disso, a máquina foi equipada com algumas regras sociais básicas de andar em público, como preferir ultrapassar pela direita.
Todo esse treinamento acontece inúmeras quando a máquina está offline, e ela “relembra” do melhor caminho possível quando identifica um cenário parecido ao estar conectada. Aparentemente, como mostram as imagens do teste realizado dentro do MIT, a técnica vem dando certo.
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